Estiagem e geadas impedem safra recorde
A falta de chuvas e as geadas dos últimos meses frustraram de vez as perspectivas para mais uma safra de grãos recorde no País. Divulgada ontem pelo IBGE) a estimativa da safra de 2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. E a possibilidade de novas reduções na estimativa, nos próximos meses, não foi descartada pelo IBGE.
“São cinco meses consecutivos de redução da estimativa da safra. São perdas consolidadas, não tem mais como recuperar isso (o volume recorde de produção). O que pode ocorrer nas próximas revisões é, na verdade, termos perdas um pouco maiores no milho”, disse Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, ao comentar o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto.
Se confirmada, a queda na produção de grãos de 2021 será a primeira desde a safra de 2018. Naquele ano, a produção de grãos foi de 227,5 milhões, 4,7% abaixo do desempenho do ano anterior. Mesmo assim, a safra de 2021 será a segunda maior da história, atrás apenas da registrada no ano passado, que somou 254,1 milhões de toneladas. A série histórica tem início em 1975, quando o Brasil produziu 39 milhões de toneladas no ano.
A produção agrícola nacional não será ainda menor neste ano por causa do bom desempenho da soja. Com a colheita praticamente encerrada, o IBGE estima produção de 133,8 milhões de toneladas, 10,1% maior do que no ano passado. É um novo recorde histórico para a soja. (Estadão Conteúdo)