CSN Cimentos anuncia compra da LafargeHolcim
A InterCement permanece na vice-liderança, atrás da Votorantim Cimentos
A compra da LafargeHolcim pela CSN Cimentos, anunciada ontem, em um negócio de US$ 1,025 bilhão, vai mudar o perfil do setor e abrir uma disputa acirrada pela segunda posição no mercado nacional. A InterCement permanece na vice-liderança, atrás da Votorantim Cimentos, mas pode a qualquer momento perder a colocação -- já que fica apenas um pouco à frente da empresa de Benjamin Steinbruch.
A Votorantim Cimentos, uma das maiores produtoras do mundo, está na primeira posição no Brasil, com capacidade instalada de produção de 52,2 milhões de toneladas por ano. A InterCement vem em seguida com 17,2 milhões de toneladas. Com o fechamento da operação de ontem, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas.
Trata-se do segundo movimento de aquisição do braço de cimentos do grupo de Steinbruch em três meses. A CSN Cimentos havia anunciado, em julho, a compra da Elizabeth Cimentos, que atua na região Nordeste, por R$ 1,08 bilhão. A aquisição adicionou uma capacidade produtiva para a CSN Cimentos de 1,3 milhão de toneladas por ano, para um total de 6 milhões de toneladas.
Com o fechamento da operação de ontem, a CSN Cimentos passará a ter presença mais abrangente no território nacional. A compra das operações brasileiras da suíça LafargeHolcim foi anunciada pelo menor valor que se esperava para a conclusão do negócio. A transação inclui as cinco plantas integradas de produção de cimento no País, quatro estações de trituração e 19 unidades de mistura de concreto, entre outros ativos. Uma das estações de trituração fica em Sorocaba.
Segundo fontes do setor, a Votorantim Cimentos chegou a pensar na compra, mas não deu andamento ao processo, pois queria adquirir apenas uma parte da empresa. O negócio, então, ficou entre a CSN e a Mizu. A operação saiu por menos do que a LafargeHolcim queria, cerca de R$ 1,5 bilhão, mas a companhia não abriu mão de vender tudo de uma vez e encerrar a sua presença no Brasil.
O setor de cimentos no Brasil passou por uma forte crise entre 2015 e 2018, com perdas de vendas e fechamento de fábricas. O setor vive agora uma nova realidade, com o terceiro ano consecutivo de crescimento. (Estadão Conteúdo e Redação)