Batata, café, frango e leite têm maiores aumentos de preço

Em um ano, alta da cesta básica sorocabana é de 27,8%

Por Cruzeiro do Sul

Geadas em agosto prejudicaram as colheitas principalmente da batata e do café.

A cesta básica sorocabana apresentou quase estabilidade em agosto, alta de 0,18% em relação a julho, menos que o IPCA do mês, que foi de 0,87%. No ano, porém, o total de 34 itens pesquisados pela Universidade de Sorocaba (Uniso) teve aumento de 8,53% enquanto a inflação oficial ficou em 5,67%. A diferença entre agosto de 2021 (R$ 957,13) e o mesmo mês do ano passado (R$ 748,89) foi de 27,81%, ou R$ 208,24 pagos a mais.

Os preços da batata, salsicha, café, frango e leite longa vida tiveram as maiores altas, enquanto farinha de mandioca, carne bovina de 1ª, muçarela, cebola e arroz mostraram quedas.

A batata subiu 21% em média, de R$ 3,20 o quilo em julho para R$ 3,87 em agosto. A salsicha foi de R$ 12,18 o quilo para R$ 14,68 (20,6%). O café (pacote de 500 gramas) passou de R$ 10,54 para R$ 11,80 (11,9%); o quilo de frango foi de R$ 10,52 para R$ 11,01 (4,7%) e o leite subiu de R$ 4,02 o litro para R$ 4,20 (4,5%). Outros produtos que também tiveram altas, mas menores, foram os ovos, açúcar e carne bovina de 2ª.

As geadas prejudicaram a colheita de batata e por isso o aumento em agosto, conforme o relatório da pesquisa da cesta básica sorocabana. Quanto à salsicha, houve elevação de preço devido ao consumo maior como alternativa às proteínas mais caras. Os principais motivos para a alta do café foram as geadas, exportações e a bienalidade da safra, quando naturalmente a produção é menor.

Carnes

A queda de 6,4% no preço da carne bovina de 1ª em Sorocaba, de R$ 44,89 em julho para R$ 42,01 em agosto também é reflexo do menor consumo pelas famílias, que por outro lado passaram a consumir mais a carne de 2ª, cujo preço médio subiu 1,8% no mesmo período, de R$ 29,74 para R$ 30,30.

Como alternativa econômica para a mesa, a equipe do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Uniso, responsável pela pesquisa, sugere a substituição da carne bovina de 1ª pelo frango, carne suína, peixe, linguiça fresca, além da carne bovina de 2ª. A carne de 1ª está entre os itens da cesta com maior alta acumulado no ano.

Quatro produtos subiram mais de 20% este ano

Quatro produtos da cesta básica sorocabana subiram mais de 20% este ano: frango (37,79%), açúcar refinado (28,96%), salsicha (21,64%) e carne bovina de 1ª (20,10%). São outros nove itens que aumentaram entre 10% e 20% em 2021, com destaque para o alho (19,73%), a carne de 2ª (19,09%), margarina (18,94%) e café (16,93%).

O preço médio do frango era R$ 7,99 o quilo em dezembro de 2020 e passou para R$ 11,01 em agosto de 2021. A carne bovina de 1ª, de maior valor entre os itens da cesta básica, custava R$ 34,98 o quilo em dezembro de 2020 e no mês passado era vendida por R$ 42,01.

A batata, que teve o maior aumento entre julho e agosto, foi o produto que mais baixou este ano. O quilo custava R$ 6,60 em dezembro de 2020 e foi para R$ 3,87 no mês passado (-41,31%). A cebola caiu 27,63%, de R$ 4,09 para R$ 2,96 o quilo no mesmo período; o arroz (pacote de 5 kg) baixou 14,7%, de R$ 29,77 a R$ 25,40; e o feijão (1 kg) teve redução de 4,6%, de R$ 8,05 a R$ 7,68. (Marcelo Roma)