Preço do bacalhau não deve atrapalhar tradição em Sorocaba

Católicos costumam evitar o consumo de carne vermelha e de frango na Sexta-Feira Santa e, por isso, o peixe surge como alternativa

Por Kally Momesso

Na quinta-feira (14), o bacalhau era vendido por R$ 48 o quilo, no Mercado Municipal

Para os católicos, esta sexta-feira (15) é um dia reservado para evitar o consumo de carne vermelha e de frango. O pescado surge, então, como uma alternativa. Com o preço da carne nas alturas, ficando 0,33% mais cara em março, depois de uma alta de 8,45% no acumulado de 2021 e 17,97% em 2020, os peixes podem se tornar uma opção melhor, inclusive para quem não segue a tradição.

Às 15h de ontem -- e com a bancada de bacalhau quase vazia --, Tereza Henna, de 71 anos, comerciante do Mercado Municipal de Sorocaba, contava sobre o intenso movimento a procura do peixe mais tradicional para o almoço de hoje. “Nessa época, o carro-chefe é a bacalhoada. É um prato festivo e que reúne a família. A procura foi tanta, que já acabou”, disse.

O item, entretanto, pode salgar o bolso de alguns consumidores. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o bacalhau registrou um aumento de 11,5% nos últimos 12 meses. Além disso, teve retração de 17% no volume de importações, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É um indício de que o varejo está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços.

Os ingredientes que acompanham a receita do bacalhau, também tiveram alta: batata-inglesa (18,43%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%). Já o arroz, que subiu 60,83% nos últimos 12 meses, teve uma queda de 12,2% no preço.

Quem foi ontem ao Mercado Municipal de Sorocaba, viu o bacalhau custando R$ 78 o quilo, enquanto o lombo chegou a R$ 180. Para quem não abre mão deste item no almoço em família, um forma de driblar a alta é comprar uma quantidade menor e preparar pratos com bacalhau desfiado.

Alternativa para quem não faz questão desse peixe é optar por pescados frescos, que, apesar da também alta de 8,33%, ainda aparentam estar mais em conta. Exemplos são tainha e tilápia, que custam, atualmente R$ 27,90 e R$ 21,90 o quilo, respectivamente. A merluza também entra como alternativa, custando R$ 44,90 o quilo.

Conforme a Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o pescado tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e é excelente fonte de proteínas, vitaminas e gorduras boas, sendo uma opção saudável, nutritiva e saborosa que contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares e o fortalecimento da memória, dos ossos e dos dentes.