Câmara aprova texto-base da PEC dos benefícios em primeiro turno

Votação da Proposta de Emenda à Constituição em 2º turno e análise dos destaques estão previstas para hoje (13)

Por Cruzeiro do Sul

Deputados federais acataram a PEC com 393 votos a favor e 14 contrários.

A Câmara aprovou ontem, em primeiro turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos benefícios, que concede uma série de auxílios sociais e decreta estado de emergência no País. Foram 393 votos a favor e 14 contrários.

A sessão foi suspensa após problemas técnicos no sistema da Casa, o Infoleg, que registra os votos de parlamentares de forma remota. A votação está prevista para ser retomada na manhã de hoje (13). Os parlamentares ainda precisam analisar os destaques, ou seja, propostas que ainda podem modificar trechos da medida e, posteriormente, analisá-la em segundo turno.

Segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), a Polícia Federal foi chamada para investigar o “apagão” no sistema. O congressista afirmou que os dois servidores que abrigam o sistema, em empresas diferentes, apresentaram instabilidade.

Além de inviabilizar a votação remota, todas as plataformas da Câmara ficaram fora do ar. Para deputados de oposição, a suspensão da sessão foi uma manobra de Lira para evitar um revés na votação, já que pelo regimento interno a suspensão só pode ter uma hora de duração.

A PEC traz medidas para a redução do valor dos combustíveis e também prevê o pagamento de benefícios sociais até o fim do ano. A matéria consolida as redações de duas PECs (15/22 e 1/22), sem alterar o mérito já aprovado no Senado para a PEC 1/22. A PEC 1/22, que prevê o pagamento dos benefícios sociais, foi apensada à PEC 15/22, que trata dos combustíveis e estava em estágio adiantado de tramitação na Câmara.

O texto prevê um aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil até dezembro, de R$ 400 para R$ 600. A PEC também propõe, até o fim do ano, um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros, elevação no vale-gás de cozinha e reforço ao programa Alimenta Brasil, além de parcelas de R$ 200 para taxistas, financiamento da gratuidade no transporte coletivo de idosos e compensações para os Estados que reduzirem a carga tributária dos biocombustíveis.

Segundo a legislação, não pode haver concessão de novos benefícios ou distribuição de valores em ano eleitoral, a não ser em casos excepcionais, como o estado de emergência. Por isso, há um dispositivo na PEC que prevê a decretação de estado de emergência no País até 31 de dezembro, justificado pela elevação “extraordinária e imprevisível” dos preços do petróleo, combustíveis e seus impactos sociais.
A PEC havia sido aprovada no Senado em 30 de junho. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)