Acordo com China opõe Argentina e Uruguai
Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro, a 60ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul teve como destaque o embate entre os presidentes de Uruguai e Argentina sobre os planos do governo uruguaio de conduzir negociações bilaterais para um acordo de livre comércio com a China. Desde o ano 2000, as regras do Mercosul obrigam os países-membros a apenas negociar de maneira conjunta acordos dessa natureza.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que assume a presidência rotativa do bloco, lembrou que o país concluiu na semana passada o estudo de viabilidade para iniciar as negociações com a China: “E, de fato, vamos começar em breve”, garantiu.
Já o presidente da Argentina, Alberto Fernández, renovou a defesa das negociações em bloco, citando o acordo anunciado nesta semana entre Mercosul e Cingapura. Para o presidente argentino, manter o grupo unido é fundamental para enfrentar os desafios trazidos pela pandemia de Covid e pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
Principal ausência da cúpula do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro enviou um curto vídeo que foi transmitindo na reunião de presidentes do bloco. O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, representa o governo brasileiro no encontro.
“O mundo vive um momento desafiador, que nos obriga a intensificar os nossos esforços para garantir os postos de trabalho, o poder de compra e a qualidade de vida dos nossos cidadãos”, discursou o presidente, em vídeo gravado. (Estadão Conteúdo)