Petrobras vai investir no ‘novo pré-sal’ brasileiro

Plano estratégico 2023-2027 da estatal será divulgado no final de novembro

Por Cruzeiro do Sul

Exploração está prevista para a região marítima equatorial

Previsto para ser divulgado no fim do próximo mês, o Plano Estratégico 2023-2027 da Petrobras deverá vir mais forte do que o anterior, turbinado pela incorporação de investimentos necessários à exploração da chamada Margem Equatorial, fronteira tratada como um possível “novo pré-sal”. Essa é a principal aposta da estatal para aumentar suas reservas de petróleo.

Além da nova fronteira, o plano deve contemplar a modernização de refinarias e ter um olhar mais atento para a energia limpa. Com isso, a estatal planeja adaptar suas refinarias à produção de biocombustíveis de alto valor agregado, como o bioqueresene de aviação, e também reforçar investimentos na descarbonização da produção e em estudos para projetos em energia eólica offshore destinada à produção de hidrogênio verde.

Foi por causa do pré-sal que os investimentos da estatal deram um salto na década passada, para mais de US$ 200 bilhões, encolhendo posteriormente para menos da metade desse valor no plano formulado em 2016, devido ao alto endividamento da companhia. Nos últimos sete anos, o total investido nunca ultrapassou os US$ 100 bilhões.

No plano anterior (2022-2026), a previsão era de US$ 68 bilhões. Deste montante, US$ 57,3 bilhões estavam previstos para exploração e produção, dos quais menos de 10% (US$ 5,5 bilhões) para exploração -- a maior parte nas bacias do Sudeste (58%), mas também da Margem Equatorial (38%).

O novo plano deve deixar para trás a previsão de apenas uma nova plataforma de exploração e produção para inserir mais unidades até 2027, o que vai elevar o valor dos investimentos. O número final, no entanto, ainda não foi finalizado, e continua em discussões técnicas antes de ser apresentado ao conselho de administração da companhia.

Fontes da companhia confirmaram que a exploração da Margem Equatorial vai receber atenção especial. A licença para perfuração do primeiro poço é esperada para novembro, após teste de simulação para provar ao Ibama que a empresa tem condições de conter eventual derramamento de petróleo. Hoje, o investimento reservado para a nova conquista até 2026 é de US$ 2 bilhões, volume que tende a ser incrementado no próximo plano.

A Margem Equatorial abrange cinco bacias sedimentares, que se estendem da costa do Amapá ao Rio Grande do Norte (Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar). (Estadão Conteúdo)