MP junto ao TCU pede suspensão do consignado no Auxílio Brasil
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu a suspensão da oferta do crédito consignado vinculado ao Auxílio Brasil, citando possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral”. Até a última sexta-feira, a Caixa Econômica Federal já havia liberado R$ 1,8 bilhão em crédito a 700 mil beneficiários.
A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, o único entre os cinco maiores do País. Grandes bancos resolveram ficar fora da oferta do consignado. Segundo analistas, a modalidade tem grande potencial de ampliação do endividamento das famílias.
No pedido de medida cautelar, o subprocurador-geral, Lucas Rocha Furtado, afirma que o “assombroso montante” de R$ 1,8 bilhão em crédito já liberado em três dias de existência da modalidade “impõe dúvidas sobre as finalidades perseguidas mediante essa atividade”. Ele pede que a suspensão das concessões seja feita até que a Corte se manifeste definitivamente sobre o assunto.
Furtado observa que se trataria de uma medida para atender interesses político-eleitorais. O subprocurador-geral diz ainda que, se as suspeitas forem confirmadas, representariam “ocorrência de extrema gravidade”, inclusive com implicações criminais comuns e de crime de responsabilidade. A Caixa informou que ainda não foi notificada para se manifestar sobre o tema. (Estadão Conteúdo)