Confiança da indústria cai 3,8 pontos em outubro, a 95,7 pontos, afirma FGV
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), por sua vez, recuou 0,1 ponto porcentual, a 80,7%
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,8 pontos em outubro, após queda de 0,8 ponto em setembro, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atingiu 95,7 pontos, o pior resultado desde março.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), por sua vez, recuou 0,1 ponto porcentual, a 80,7%.
O recuo do ICI em outubro foi disseminado entre as aberturas do indicador. O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 4,5 pontos, para 96,4 pontos, a menor marca desde julho de 2020 (89,1 pontos).
O resultado foi puxado por queda de 6,8 pontos do indicador que mede o nível de estoques, para 103,2 pontos, o pior resultado desde abril de 2022 (103,9 pontos) - quando acima de 100 pontos, esse indicador sinaliza que a indústria opera com estoques acima do desejável.
Houve ainda recuo de 3,4 pontos do indicador que mede o nível de demanda, para 98,1 pontos, o pior resultado desde março (96,2 pontos), e queda de 3,0 pontos da percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios, para 94,6 pontos, também o menor nível desde março (91,9 ponto).
O Índice de Expectativas (IE) caiu 3,0 pontos em outubro, para 95,0 pontos, o pior resultado desde março (94,9 pontos). O recuo foi puxado por queda de 6,2 pontos do indicador que mede a tendência dos negócios para os próximos seis meses, para 92,3 pontos - o critério está abaixo de 100 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
No horizonte de três meses, as perspectivas sobre emprego cederam 2,7 pontos, para 101,8 pontos, o mesmo nível de maio, e o indicador de produção prevista ficou estável após recuar por três meses consecutivos.
"Há uma piora das avaliações sobre a situação atual influenciada por uma percepção de redução da demanda interna e externa, aumento do nível de estoques e ainda dificuldades na obtenção de insumos por alguns segmentos", afirma o economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini.
"Além disso, há uma piora das expectativas que pode estar relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro que considera uma inflação acima da meta para 2023 e por isso uma política mais contracionista." (Estadão Conteúdo)