Biden reafirma confiança no sistema bancário dos EUA

Bancos foram fechados e Haddad diz que reflexos são menores que o previsto

Por Cruzeiro do Sul

Ministro da Fazenda falou em encontro com prefeitos

A rápida ação do governo americano em relação ao Silicon Valley Bank (SVB) e ao Signature Bank, fechados respectivamente na sexta-feira e no domingo, evitou o que poderia ter sido um dia de caos nas Bolsas americanas. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou o dia em leve queda, de 0,28%, enquanto a Nasdaq fechou em alta de 0,45%.

Durante o dia, o presidente americano, Joe Biden, fez um pronunciamento para tentar tranquilizar a população em relação aos impactos da crise dos bancos na economia. Segundo ele, os americanos “podem ter confiança de que o sistema bancário é seguro”. Durante breve declaração na Casa Branca antes de viajar à Califórnia, ele destacou a “rápida ação” de autoridades locais para lidar com problemas no SVB e no Signature Bank.

Na Europa, o mau humor prevaleceu ontem no mercado, apesar das medidas tomadas pelo governo dos EUA para tentar evitar uma crise sistêmica no setor bancário e de o HSBC anunciar a compra do braço britânico do SVB pelo valor simbólico de uma libra, em acordo intermediado pelo governo do Reino Unido e pelo Banco da Inglaterra (BoE).

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou ontem que o impacto da falência do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, mexeu com os mercados financeiros de todo o mundo, mas que até agora os reflexos foram menores do que o previsto.

“Não é que o mercado não esteja turbulento, mas está menos turbulento do que imaginávamos”, disse o ministro a jornalistas ao sair de evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Brasília.

Pela manhã em outro evento, Haddad tinha avaliado que apesar de a quebra da instituição ser algo grave, não seria suficiente para gerar uma crise sistêmica no setor, como ocorreu em 2008, com o Lehman Brothers.

O ministro relatou ter conversado no fim de semana com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com representantes de bancos brasileiros para colher a percepção de risco. “Precisa ver se a autoridade monetária do Brasil vai ter de tomar alguma providência em virtude dos efeitos sobre as economias periféricas. Isso não está claro ainda, é o que vamos acompanhar”, afirmou Haddad.

Ele acrescentou que a reação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) à quebra do SVB foi positiva para garantir os depositantes e evitar uma corrida bancária. (Estadão Conteúdo e Redação)