Prévia da inflação oficial cai para 0,57% em abril
IPCA-15 desacelerou na comparação com o índice registrado em março
A queda nos preços dos alimentos comprados em supermercados ajudou a segurar a prévia da inflação oficial no País em março. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou de 0,69% no mês passado para 0,57% em abril, informou ontem o IBGE. A taxa acumulada em 12 meses caiu de 5,36% em março para 4,16% em abril, o menor nível desde outubro de 2020.
Em abril, todos os nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços. Houve recuo no custo da alimentação consumida em casa, mas pesaram no orçamento das famílias os aumentos na gasolina e nas passagens aéreas, além dos reajustes autorizados para medicamentos e plano de saúde.
Os combustíveis ficaram 2,84% mais caros em abril. Subiu 3,47% a gasolina, item de maior impacto individual no IPCA-15 de abril, 0,17 ponto porcentual. Os preços do etanol aumentaram 1,10%. Já o óleo diesel recuou 2,73%, enquanto o gás veicular diminuiu 2,17%. A alta de 11,96% nos preços das passagens aéreas também ajudou a manter elevados os aumentos de custos das famílias com transportes em abril.
Em saúde, a maior pressão partiu do aumento de 1,86% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. O plano de saúde aumentou 1,20% em abril, ainda incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023. Em habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,84%. O aluguel residencial subiu 0,53% em abril.
Na direção oposta, a queda nos preços das carnes voltou a ajudar a desacelerar o ritmo de aumento dos gastos das famílias brasileiras com alimentação. Os preços das carnes já acumulam uma queda de 3,08% de janeiro a abril deste ano. O grupo alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,20% em março para uma elevação de apenas 0,04% em abril.
Apesar do alívio, a inflação de serviços permanece elevada, com alta acumulada de 7,6% nos últimos 12 meses, dificultando o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, calculou Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
“Nossa previsão é de que a taxa básica de juros comece a cair a partir de setembro, chegando a 12,5% ao final de 2023”, escreveu Claudia, em comentário.
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, não descarta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reconheça na reunião de maio que o processo de desinflação está acontecendo, embora só espere um corte na taxa Selic em agosto. (Estadão Conteúdo)