Aposta em corte de juro leva Bolsa ao maior nível
O Ibovespa renovou o maior nível do ano no pregão de ontem, amparado pelo fortalecimento das apostas em um corte da taxa Selic a partir de agosto após o IPCA ter mostrado inflação menor do que o esperado em maio. Puxados pelo noticiário corporativo e pelos preços de commodities, os papéis da Petrobras e Vale também anotaram fortes ganhos na sessão e contribuíram para a alta da referência da B3.
Essa combinação de fatores levou à quinta alta seguida do Ibovespa, que encerrou o dia com ganho de 0,77%, a 115.488,16 pontos -- superando os 114.610,10 da véspera, até então o maior nível do ano. Assim, foi além da marca de 115 mil pontos pela primeira vez desde 8 de novembro.
O fortalecimento das apostas em cortes da taxa Selic em breve direcionou os ganhos do Ibovespa. Essa perspectiva foi favorecida pelo IPCA, que mostrou alívio da inflação de 0,61% em abril para 0,23% em maio, abaixo do consenso do mercado (0,33%).
“São fortes as apostas de que os juros devem cair e isso acaba catalisando o movimento das ações”, diz o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura. “Só faltava uma faísca para o mercado reagir, e essas leituras favoráveis foram essa faísca que levou o mercado a reagir, alinhado a uma percepção de melhora macroeconômica.”
Dólar
Em sessão marcada por instabilidade e troca de sinais, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 4,9240, em alta de 0,24%, interrompendo uma sequência de quatro pregões consecutivos de queda. Na semana, a divisa apresenta recuo de 0,58%, levando a desvalorização em junho para 2,94%. Embora a desaceleração do IPCA em maio tenha surpreendido e reforçado as apostas em corte da taxa Selic a partir de agosto, o mercado de câmbio trabalhou em ritmo lento, sem disposição para apostas mais contundentes na véspera do dia de Corpus Christi, quando não haverá negócios. (Estadão Conteúdo e Redação)