Balança bate recorde no 1º semestre com queda de preços de importados
O saldo recorde da balança comercial brasileira registrado no primeiro semestre do ano, de US$ 45,5 bilhões, foi fortemente influenciado pelas dinâmicas do comércio com China, Argentina e Estados Unidos -- além do destaque do agro. Ainda contribuiu para esse superávit a queda expressiva no preço dos produtos importados pelo País em relação a igual período do ano passado, quando o mundo -- e não só o Brasil -- enfrentou valores mais salgados em produtos como fertilizantes e combustíveis em razão da guerra na Ucrânia. A análise sobre os dados, divulgados na semana passada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), é feita pela secretária de Comércio Exterior da pasta, Tatiana Prazeres.
A secretária destaca que, apesar de a queda no preço dos produtos exportados (de 6,8%) no primeiro semestre ter pesado contra o saldo positivo, a situação foi compensada pelo crescimento do volume vendido nos seis primeiros meses, de 8,7%. Com isso, o valor das exportações fechou em US$ 166,2 bilhões, também um recorde, com alta de 1,3% em relação ao ano passado -- que até então tinha o maior dado da série histórica, com US$ 164,1 bilhões. “Preço é fator chave para compreensão da balança comercial do Brasil em 2023”, avaliou a secretária.
E, apesar de os preços terem caído ainda mais drasticamente nas exportações do mês passado (-15,2%), o saldo também foi expressivo, o maior para meses de junho, com US$ 10,6 bilhões, influenciado pela queda de 17,7% no preço das importações do mês. Na avaliação do subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a desaceleração da demanda chinesa e as taxas de juros mais altos pelo mundo tendem a estender esse cenário de redução de preços para o segundo semestre.
O volume das commodities agrícolas exportadas no primeiro semestre, impulsionadas pela safra recorde, também é fator de destaque para o resultado recorde dos seis primeiros meses. (Estadão Conteúdo)