Apagão começou em subsidiária da Eletrobras no Ceará
Apagão, na terça-feira, atingiu 25 Estados e o Distrito Federal
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou ontem que a linha de transmissão que apresentou falhas na terça-feira, no Ceará, pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf, subsidiária da Eletrobras. A empresa, segundo ele, contatou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) admitindo o erro e confirmando que houve falha sistêmica.
Silveira afirmou que o problema se deu na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza, no Ceará. A ocorrência levou a um apagão que atingiu localidades em 25 Estados e no Distrito Federal. Apenas Roraima, que não está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), não foi afetada.
Segundo Silveira, ainda não é possível apontar se a ocorrência foi resultado de uma falha humana ou sistêmica.
“Esse evento foi considerado, a princípio, de pequena magnitude e, isoladamente, não era suficiente para causar colapso do sistema como um todo. Ou seja, a partir desse evento, que ocorreu em uma linha de Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação, o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas do sistema a partir daí, que serão apuradas pelo ONS”, disse.
De acordo com o ministro, o ONS ainda não identificou os eventos que aconteceram depois da primeira falha. “Nosso sistema é tão robusto que, um evento em si, não seria capaz de derrubar o sistema como um todo. Ou seja, foi uma série de eventos que serão agora detalhados pelo ONS.”
Questionado sobre atuação do ONS, o ministro afirmou que o operador tem um procedimento padrão para episódios como o de terça. “O procedimento é aumentar o volume de segurança do sistema,”por isso tomou procedimentos para suspender, no caso específico, a questão intermitente e garantir maior resiliência do sistema”, afirmou. ‘Não tem correlação direta com incidente.”
Silveira voltou a defender ser extremamente necessário a participação da Polícia Federal nas apurações das causas do apagão. “Gostaria de compreender diferente, mas mais do que nunca acho que é extremamente necessária a participação muito ativa da Polícia Federal nesse caso, já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no País”, disse. (Estadão Conteúdo)