Empresas testam semana de quatro dias de trabalho
Trabalhar quatro dias por semana está mais perto de se tornar uma realidade no Brasil. Pelo menos para 21 empresas que aderiram a experimento conduzido pela 4 Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos que realiza projetos como esse em todo o mundo, e pela brasileira Reconnect Happiness at Work.
O período de testes deve durar nove meses. A jornada será reduzida, mas o salário terá de permanecer o mesmo. A produtividade também não pode cair. A experiência será dividida em três meses de planejamento e outros seis dedicados à execução. Durante esse período, as empresas vão ter acesso a cursos, treinamentos, palestras sobre produtividade, diagnóstico organizacional das equipes e também acompanhamento individualizado.
A iniciativa, inédita no Brasil, já foi testada em países como África do Sul, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido. Neste último, com mesma carga horária de trabalho do Brasil, de até 44 horas por semana, os resultados do projeto piloto se mostraram promissores.
Segundo os organizadores, 39% dos participantes se sentiram menos estressados, e 54% consideraram mais fácil conciliar vida pessoal e profissional. Cerca de 15% dos empregados disseram ainda que não voltariam a uma semana de cinco dias, mesmo se houvesse aumento salarial.
“Esse é um projeto de negócios. A grande questão aqui é trabalhar melhor e de forma mais inteligente. Temos um desafio no Brasil porque estamos falando de um país em desenvolvimento”, afirma Gabriela Brasil, chefe de comunidade da 4 Day Week Global
Participantes
Das 21 organizações que aderiram ao projeto -- a maioria de pequeno e médio portes --, apenas sete autorizaram divulgar seus nomes. Entre essas empresas, está a Haze Shift. A consultoria de inovação, que adota o modelo 100% remoto, vai testar a redução de 20% da jornada para todos os funcionários, um total de 20. “Não temos medo de mudar. Em termos de propósito, queremos nos conectar com quem está chegando ao mercado ou com quem está há muito tempo e está buscando essa carreira mais direcionada para a felicidade”, argumenta Maria Raicoski, chefe de operações da empresa. (Estadão Conteúdo)