Apostas erradas levaram 123milhas à crise, dizem analistas
A crise financeira da 123milhas, que levou a empresa à recuperação judicial, tem levantado questionamentos sobre a estratégia da empresa. A linha Promo123 previa a venda de passagens aéreas e de pacotes de viagem com datas flexíveis, com emissão posterior do bilhete, sem data predefinida. Para especialistas, o modelo mostrou-se uma estratégia arriscada.
“Eles vendiam pacotes achando que os preços vistos no passado iriam se repetir, mas o modelo de negócios falhou porque o mercado mudou”, avalia o sócio do escritório de advocacia PGLaw e professor da USP, Carlos Portugal Gouvêa.
Não se confirmou, por exemplo, a redução do preço das passagens com a expectativa de aumento da oferta de voos, após a pandemia.
Em vez disso, as empresas aéreas saíram da crise sanitária com o “pé no chão”, segundo o coordenador do Startup Lab e professor do curso de administração da ESPM, Fernando Domingues.
A 123milhas aponta ainda, no pedido de recuperação, que acreditava que o cliente também adquiriria outros produtos (como hospedagem e passeios), o que acabou não ocorrendo. (Estadão Conteúdo)