Bancos têm uma tentativa de fraude a cada seis segundos, diz Serasa

Levantamento indica maior ação de criminosos em contas e compras via cartão

Por Cruzeiro do Sul

Estelionatários agem roubando dados do cartão de crédito a partir de sua utilização no comércio eletrônico

Mais da metade das tentativas de fraude (51,5%) no mês de julho ocorreu no setor de “bancos e cartões” (focado na abertura de contas e solicitação de emissão de cartões de crédito), resultando em uma ocorrência a cada 6,6 segundos. O levantamento foi feito pela Serasa Experian.

O segmento é visado pelos fraudadores por possibilitar novos tipos de golpes sem deixar rastros, segundo Caio Rocha, diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian. Ele também observa que o uso do cartão para compras via e-commerces e marketplaces facilita a atuação de criminosos por não necessitar de senha.

No total, o Brasil teve 785.289 tentativas de fraude em julho, um crescimento de 3,4% ante junho. Após bancos e cartões, os setores que contabilizaram mais tentativas de fraude foram serviços (27,8%), seguido por financeiras (15,8%), varejo (3,6%) e telefonia (1,4%).

De acordo com o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, é difícil prever se esse movimento vai perdurar nos próximos meses, mas o segmento de bancos e cartões tem sido um dos mais afetados há algum tempo -- em todos os meses desde janeiro de 2023 foi o que registrou mais ocorrências de tentativas de golpe -- por trazer essa possibilidade de motivar novos golpes, associados a essa primeira abertura de conta ou cartão fraudulento.

Rocha ainda explica que o nicho financeiras está mais relacionado a financiamentos, enquanto varejo diz mais respeito ao braço financeiro, como private label e iniciativas financeiras de empresas de varejo. Já serviços engloba aqueles que não estão dentro dos segmentos anteriores, como seguros.

No recorte por idade, os brasileiros entre 36 e 50 anos foram os alvos mais frequentes, com 35,8% das investidas mal sucedidas. “Normalmente é a faixa etária economicamente mais ativa, então os fraudadores têm mais acesso a dados ou recursos desse nicho para tentar golpes”, afirma Rocha.

Estados

Apenas o Rio Grande do Sul não registrou crescimento de tentativas de fraude em julho, com o indicador recuando 0,8% ante base mensal. Já o Distrito Federal foi a unidade federativa com maior crescimento (+8%) no mês, que pulou de 18.120 registros para 19.065.

O DF também concentra a maior parte de ocorrências a cada milhão de habitantes, com 6.019 tentativas. Em seguida, aparecem Santa Catarina (5.119) e Mato Grosso (4.931). No Brasil como um todo, foram registradas 3.631 tentativas de fraude a cada um milhão de habitantes.

Rocha pontua que as empresas têm investido bastante em tecnologia de autenticação e prevenção de fraudes, mercado este que movimenta centenas de milhões de reais, segundo estimativas da Serasa.

O diretor de Produtos e Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa menciona ainda que, mais recentemente, as marcas têm investido também na educação do consumidor a respeito da proteção de dados para evitar golpes. “Tem casos de bancos que foram até mesmo tentar uma comunicação direta com o consumidor na televisão”, afirma Rocha. (Estadão Conteúdo)