Prates: Petrobras avalia investir na Venezuela

Por Cruzeiro do Sul

Presidente da estatal citou suspensão de sanções pelos EUA

A Petrobras avalia seriamente voltar a investir na Venezuela depois que os Estados Unidos suspenderam sanções à compra do petróleo venezuelano, o que pode ter impacto inclusive no plano estratégico da companhia para o período 2024-2028, que está sendo elaborado, informou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Ele explicou que apesar de temporária, a suspensão é muito importante para o país vizinho, porque veio acompanhada de um acordo para eleições. Ele sinalizou que é possível fazer projetos em parceria para desenvolver reservas de petróleo.

“Vamos colocar a Venezuela no mapa de novo”, afirmou Prates, ressaltando que uma eventual decisão de investimento no país vizinho nada tem a ver com política. “Eles estão muito necessitados de investimentos lá”, destacou.

De acordo com Prates, a Venezuela, assim como o Brasil, poderá ser um dos últimos produtores de petróleo do mundo. Para ele, a decisão do governo americano está olhando 30 anos à frente, apesar de hoje serem os Estados Unidos os maiores produtores de petróleo do mundo, por causa do xisto.

O presidente da Petrobras ressaltou que o petróleo tem operado com grande volatilidade e a expectativa já era de alta quando estourou a guerra Israel e Hamas, o que pode pressionar ainda mais o preço da commodity.

Segundo Prates, a estatal não vai perder o foco na produção de petróleo e derivados, mas terá que fazer uma verdadeira metamorfose para acompanhar a transição energética. “Tivemos vários recordes, o que mostra que não perdemos o foco”, citando recordes de produção, refino e processamento de gás natural.

A Petrobras pretende adquirir blocos fora do País, como na Namíbia, Venezuela, Margem Equatorial colombiana, disse Prates, que mantém a convicção de que a petroleira vai conseguir explorar a Margem Equatorial na bacia da Foz do Amazonas. (Estadão Conteúdo)