América Latina e Caribe têm projeções positivas
Economistas reunidos em Davos estão otimistas com pesquisa
Economistas presentes no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, fizeram um “aumento notável” em suas projeções para o crescimento da América Latina e Caribe neste ano. Apesar de o otimismo ter dobrado frente a 2023, a região deve apresentar expansão moderada neste exercício, em linha com as expectativas para o desempenho global.
Pesquisa feita com 60 economistas-chefes de bancos e empresas do mundo todo e divulgada no Fórum Econômico Mundial ontem (15), mostra que a maioria (59%) vê a economia da América Latina e Caribe com crescimento moderado em 2024. No ano passado, era cerca de metade disso.
Para 30%, a expansão ainda deve ser fraca, enquanto 11% denotam maior otimismo e projetam forte avanço. “Há um aumento notável nas expectativas de crescimento para a América Latina e o Caribe, a África Subsaariana e a Ásia Central, embora as perspectivas continuem a ser de um crescimento globalmente moderado”, aponta a pesquisa Chief Economists Outlook, publicada no primeiro dia do Fórum de Davos.
Em termos de inflação, a perspectiva majoritária (63%) é a de que os preços permaneçam moderados na região da América Latina e Caribe neste ano. Mais de um quarto, porém, vê o indicador elevado.
Uma melhora significativa foi vista nas perspectivas econômicas para a Europa e os Estados Unidos. O temor da inflação elevada se reduziu drasticamente, com a proporção dos entrevistados que temia um indicador alto ou muito alto caindo de 71% e 47% na pesquisa feita em setembro para apenas 13% na última edição, nesta ordem.
Dois terços dos economistas-chefes ainda esperam inflação moderada na Europa e nos EUA, enquanto a China segue como exceção, com 76% dos entrevistados projetando preços baixos ou muito baixos.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) global, mais da metade (56%) espera crescimento fraco neste ano, com sete em cada dez projetando uma aceleração no ritmo da fragmentação geoeconômica. Para 43% dos economistas, as condições da economia mundial permanecerão inalteradas ou mais fortes.
Segundo a diretora-executiva do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, o levantamento reforça a natureza precária do ambiente econômico global. “Em meio a divergências aceleradas, a resiliência da economia global continuará a ser testada neste ano”, diz ela, mencionando condições financeiras ainda restritivas a despeito da queda da inflação e o aumento das tensões globais, em especial geopolíticas, assim como das desigualdades.
(Estadão Conteúdo)