Parte do dinheiro para financiar indústria será captado no mercado, diz Alckmine
BNDES pretende ampliar investimentos na indústria naval
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira, 24, que o programa Nova Indústria Brasil ‘não tem nada a ver‘ com a questão fiscal do País e que a iniciativa não terá nenhum tipo de despesa além daquela prevista no Orçamento.
‘Parte do dinheiro para financiar o projeto de incentivo à indústria será captado no mercado‘, disse em entrevista ao Portal UOL. ‘Não tem nenhum dinheiro do governo. Na realidade, não tem impacto fiscal.‘
Alckmin afirmou que percebe um preconceito em relação ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e disse reiteradas vezes que o governo não fará nenhum tipo de aporte no banco de fomento.
‘No programa industrial, o BNDES quer participar de fundo na área de minerais críticos em áreas estratégicas, o valor é mínimo‘, afirmou. ‘O governo não vai fazer aporte no BNDES, não vai colocar recurso a mais‘.
Ele afirmou que o programa tem seis missões, com linhas de atuação que ainda serão posteriormente detalhadas. O vice-presidente defendeu o caráter de apoio à inovação do programa de fomento à indústria, assim como seus aspectos de incentivo à sustentabilidade e à competitividade.
Alckmin defendeu ainda um maior acesso da indústria a linhas de crédito e citou como exemplo a proposta de criação da Linha de crédito de Desenvolvimento (LCD), que está em andamento no Congresso.
‘O crédito é fundamental para a indústria. O câmbio de R$ 4,90, R$ 5, é competitivo, é só não variar muito. Os juros altos estão em queda‘, pontuou.
Construção naval
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira que o financiamento do Banco à construção naval será de ao menos R$ 2 bilhões em 2024. A cifra exata, porém, vai depender de ‘bons projetos‘, afirmou.
A informação foi dada em evento do BNDES no Rio de Janeiro, em que foram anunciados R$ 19 milhões não reembolsáveis para pesquisas de planejamento espacial da Marinha, no âmbito do programa BNDES Azul.
Os recursos se repartem entre as regiões Sul (R$ 7 milhões) e Sudeste (R$ 12 milhões). Nesta quarta, foi assinado especificamente o contrato de Planejamento Espacial Marinho (PEM) para o Sul do País. Desembolsos para as regiões Nordeste e Norte ainda são discutidos.
‘Em 2024, garanto que não serão menos de R$ 2 bilhões para financiar construção naval. Mas o BNDES reage a bons projetos, projetos estruturantes. Precisamos de bons projetos, olhando para o futuro‘, afirmou Aloizio Mercadante.
Ele lembrou que o financiamento da construção naval pelo BNDES somou R$ 600 milhões em 2022 e R$ 1 bilhão em 2023, destacando a aposta crescente do banco na atividade.
Mercadante argumenta que do total de exportações brasileiras, que no ano passado somaram US$ 340 bilhões, 95% deixam o País por mar e por isso o Brasil precisa construir navios com o mesmo grau de especialização com que produz, por exemplo, aviões via Embraer. (Da redação com informações Estadão Conteúdo)