Petroleiros cobram mais segurança após acidente em refinaria
A terceirização promovida pela Petrobras foi o motivo apontado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) para o acidente que feriu quatro trabalhadores na quinta-feira, 25, após um incêndio na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, Pernambuco. Segundo a FUP, a refinaria atualmente trabalha com 2,5 mil terceirizados e 500 empregados próprios.
De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro PE/PB), Sinésio Pontes, o acidente está diretamente associado à política de desinvestimento na Rnest.
‘Isso implica assumir riscos cada vez mais graves na operação e manutenção dos maquinários e que podem, como já ocorreu, levar à morte de trabalhadores‘, afirmou Pontes, em referência à morte de um trabalhador terceirizado da refinaria em 2021.
Segundo ele, a ampliação das terceirizações nos serviços da Rnest legitimou o desmonte e a falta de zelo com as atividades de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), uma situação sempre denunciada pelo sindicato e pela FUP.
O acidente no tanque de petróleo na quinta-feira foi motivado, segundo informações oficiais da refinaria, por uma fagulha. O Sindipetro PE/PB apurou que esses trabalhadores, que são funcionários terceirizados da prestadora de serviços QWS, executavam trabalho de caldeiraria no teto do tanque, o que pode ter gerado essa ‘fagulha‘.
‘Essa possibilidade ficará esclarecida na investigação que será feita com a participação do Sindipetro PE/PB e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)‘, explicou Pontes.
Um dos quatro trabalhadores feridos no acidente já teve alta e os demais seguem com quadro estável, segundo a FUP. (Estadão Conteúdo)