Macron se opõe a líderes da UE quanto a acordo
O presidente francês Emmanuel Macron comemorou ontem (1º) que o acordo comercial entre a UE e o Mercosul “não foi fechado às pressas” e garantiu que a França se opõe a este pacto com o bloco sul-americano na sua forma atual. Ele falou ao final da cúpula da União Europeia (UE). Governos como o da Espanha, da Alemanha, de Portugal e a própria Comissão Europeia se posicionaram favoráveis ao tratado.
“No estado atual dos textos do Mercosul, a França se opõe e se oporá a este acordo de livre-comércio com a região do Mercosul”, disse ele. O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que o caso “está nas mãos da Comissão Europeia”, o braço Executivo da UE. “A política comercial é uma política comum. A Comissão é quem negocia em nome dos Estados-membros‘, acrescentou. Segundo Sánchez, o Mercosul “é fundamental na relação geopolítica e econômica que devemos ter com um continente ao qual tantas coisas nos unem”.
No segundo semestre de 2023, quando ocupava a presidência semestral da UE, a Espanha insistiu em fechar o acordo, negociado durante mais de duas décadas. Naquele momento, as negociações avançaram consideravelmente, até que a onda de protestos dos agricultores europeus lançou um manto de incerteza sobre o pacto.
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, reiterou que a negociação é da responsabilidade da Comissão Europeia, mas destacou que vê o acordo com o Mercosul como “uma oportunidade”.
Protestos
Os protestos dos agricultores europeus, iniciados na França, chegaram ontem a Bruxelas, onde cerca de 1.200 tratores e máquinas agrícolas bloquearam parte da cidade. Os produtores agrícolas exibem uma ampla lista de reivindicações, que incluem a concorrência desleal atribuída ao acordo com o Mercosul. (AFP e Redação)