Chuva provoca perdas e interrompe colheitas no RS
Governo federal autorizou importação de arroz para evitar alta de preços
As chuvas no Rio Grande do Sul interromperam a colheita da safra e os danos provocados pelas enchentes foram, sobretudo, em soja, arroz e feijão 2ª safra, informou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). “Em lavouras com topografia em declive, a precipitação intensa causou erosão, formando sulcos particularmente em áreas com práticas inadequadas de manejo do solo e da água. A produção de hortigranjeiros foi drasticamente atingida, pois há grande concentração de produtos na zona submersa”, informou em nota.
Houve danos significativos nas pastagens, morte de animais e interrupção da produção leiteira. A empresa destaca danos em infraestruturas, incluindo a destruição de estradas, pontilhões e pontes, o que dificultará a logística de transporte da produção. “Registraram-se também casos de inundação e destruição de estruturas de produção, como estufas de hortas, estábulos, ordenha, silos e armazéns de grãos.” A avaliação é parcial, dadas as limitações atuais, conforme a Emater.
Até o início das intensas precipitações, entre 29 de abril e 4 de maio, a colheita de soja atingia 76% da área com produtividade satisfatória. “No entanto, em razão do evento climático adverso, que impediu a realização da colheita em vários períodos, a perspectiva da operação para as áreas restantes (24%) mudou abruptamente, e as perdas de produção serão elevadas, podendo atingir até 100% das áreas remanescentes. Algumas infraestruturas de armazenagem de grãos também foram danificadas, o que pode afetar a produção colhida anteriormente.”
No caso do milho, com 86% da área colhida antes da chuva, também é esperado prejuízo. “As regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Lajeado e Caxias do Sul apresentaram prejuízos expressivos, que chegaram a 100%, em algumas lavouras”, informa a empresa.
Ontem (10), o governo federal autorizou a importação, em caráter excepcional, de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O arroz será destinado, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas. “Além de não deixar faltar arroz no País, com esta medida vamos garantir que o preço não suba em função da especulação de alguém que queira se aproveitar da situação que vive o Rio Grande do Sul”, afirmou em nota o presidente da Conab, Edegar Pretto.
As entidades representativas de produtores de arroz no Estado afirmam que não há risco de desabastecimento de arroz para o consumidor. Para elas, as dificuldades de escoamento da produção serão superadas em breve.
Leite
O Ministério da Agricultura flexibilizou excepcionalmente as regras para coleta de leite no Rio Grande do Sul. Os estabelecimentos de leite e derivados registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) estão autorizados a realizar a coleta do produto diretamente nas propriedades rurais, sem a necessidade de cadastro prévio dos produtores. Também houve dispensa das análises laboratoriais prévias. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)