Haddad: há ‘coro’ para inflação alta

Ministro disse que País está gerando empregos com baixo índice de inflação

Por Cruzeiro do Sul

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (22) não entender o ruído disseminado em torno das políticas monetária e fiscal brasileiras. Haddad afirmou que há um “coro velado” de que a inflação no País está alta, sendo que, segundo ele, ela é uma das mais baixas da história.

“Não estou entendendo esse ruído todo que está acontecendo, esse ruído não está fazendo bem para economia brasileira e não tem amparo nos dados, porque estamos gerando emprego com baixa inflação”, disse ele, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

O ministro afirmou que esses ruídos vão desaparecer em um mês, porque foram “patrocinados”. “Não são ruídos reais, tem interesse por trás disso”, avaliou. Ele disse que a política monetária ainda está em um campo muito restritivo e questionou o alto nível do juro real no País, diante da diferença entre Selic e inflação.

Haddad defendeu um debate técnico entre Banco Central e Tesouro e disse esperar “maturidade” dos profissionais que querem o “bem do Brasil.” Esse diálogo, segundo ele, trará ganho para todos.

O ministro acrescentou ainda que a redução na inflação não é feita apenas via elevação da taxa de juros, mas também pelo lado fiscal — aposta feita no ano passado e da qual o País colherá os resultados, disse.

Haddad repetiu que harmonizar políticas fiscal e monetária cria as condições necessárias para o corte de juros. Esse mecanismo entre ambas políticas, no entanto, não é automático, afirmou. Ele avaliou ainda que, quando há choque de oferta, é necessário relaxar a política monetária.

Rio Grande do Sul

O ministro admitiu preocupação com o terceiro bimestre por causa da tragédia no Rio Grande do Sul. “Não sei o que vem de lá, mas penso que as medidas que o governo federal está tomando, eu acredito em uma recuperação mais rápida que os analistas em geral estão divulgando”.

Haddad também disse que o anúncio das medidas elaboradas pela equipe econômica para compensar a perda arrecadatória com a prorrogação da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios em 2024 precisa ainda do aval do presidente da República. (Estadão Conteúdo)