Lula defende taxação dos super-ricos na OIT
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a taxação de super-ricos no mundo e disse que o Brasil está “impulsionando” a proposta no âmbito do G20. Ele falou no âmbito da 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça.
Em sua avaliação, vive-se uma “arquitetura financeira disfuncional, que alimenta desigualdade”.
Para o chefe do Executivo brasileiro, a “mão invisível do mercado só agrava a desigualdade”. “Recuperar o papel do Estado como planejador do desenvolvimento é uma tarefa urgente”, disse, pedindo uma “globalização de face humana”. O presidente lamentou que, atualmente, salário igual para pessoas que exercem a mesma função ainda é “utopia”. As mulheres são “um dos elos mais vulneráveis na cadeia do trabalho”, comentou.
Na fala, Lula aproveitou para mandar uma indireta ao empresário Elon Musk, proprietário da rede social X, antigo Twitter. Segundo ele, a concentração de renda é “tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais, para não ficar na Terra, no meio dos trabalhadores que são responsáveis pela riqueza deles”.
O presidente brasileiro voltou a defender mudanças na governança global e uma reformulação da OIT. “O Brasil vai trabalhar pela ratificação da emenda de 1986, a Constituição da OIT, que propõe eliminar os assentos permanentes nos países mais industrializados do conselho da organização”, pediu.
Para Lula, “não faz sentido apelar aos países em desenvolvimento para que continuem para resolução das crises que o mundo enfrenta hoje sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global”. (Estadão Conteúdo)