Petrobras tem resultado negativo de R$ 2,6 bilhões
Estatal divulgou balanço relativo ao segundo trimestre de 2024
A Petrobras fechou o segundo trimestre deste ano com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, ante um lucro de R$ 28,7 bilhões registrado no mesmo período do ano passado, segundo informou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O último prejuízo da Petrobras havia sido registrado no terceiro trimestre de 2020, e foi de R$ 1,5 bilhão.
A receita de vendas no período subiu 7,4% frente ao segundo trimestre de 2023, para R$ 122,2 bilhões, e 3,9% em relação ao trimestre anterior.
O Ebitda, que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, teve queda de 12,3% contra o segundo trimestre do ano passado e recuo de 17,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023, para R$ 49,7 bilhões.
Eventos extraordinários
O prejuízo vem a despeito de um resultado operacional consistente. E se deve a “eventos extraordinários” do segundo trimestre, como a concentração contábil do pagamento de R$ 11,9 bilhões relativos ao acordo com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para quitação de dívidas fiscais. O desembolso do valor será parcelado, o que reduz efeitos sobre o fluxo de caixa e abre espaço para o pagamento de dividendos aprovado (R$ 13,57 bilhões).
Segundo fontes da estatal, outro fator que pesa sobre o resultado do trimestre é o efeito cambial sobre dívidas entre a matriz e subsidiárias no exterior, que somou outros R$ 12,4 bilhões e provisões da ordem de mais R$ 7 bilhões.
Na comparação semestral, a Petrobras teve um lucro de R$ 21 bilhões nos primeiros seis meses de 2024, queda de 68,5% ante o registrado no mesmo período de 2023, R$ 66,9 bilhões.
Magda
Em recado sobre saúde financeira e distribuição de dividendos pela Petrobras, a presidente da estatal, Magda Chambriard, disse na sexta-feira (9) que a empresa garante o “respeito à lógica empresarial, disciplina de capital e alavancagem controlada”.
Apesar do prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre ligado a efeitos não recorrentes (como o acordo bilionário com o Carf e volatilidade cambial), a companhia ressaltou a aprovação do pagamento de dividendos.
“Aos nossos investidores, garantimos respeito a lógica empresarial, transparência e governança. Garantimos disciplinas de capital e alavancagem controlada. Faremos isso garantido investimento necessários ao crescimento da empresa e reconhecendo a demanda dos acionistas governamentais e privados pelos dividendos”, disse ela. “Entendemos que, dessa forma, estaremos contribuindo para movimentar a economia do País e movimentar os anseios mais profundos dos acionistas”, disse, ao prometer empresa ainda mais “sólida e rentável” no futuro.
“Eventos não recorrentes, como o acordo com o Carf, trouxeram vantagens expressivas para a empresa e para a União. Além disso, a marcante volatilidade cambial do período, sem efeito no caixa, afetou a contabilidade da companhia, afetando o resultado do trimestre”, afirmou Magda. (Estadão Conteúdo)