Empresas aderem às plataformas de comércio
Shopee, Amazon e Mercado Livre são principais marketplaces que atuam no Brasil
O Brasil já tem mais de 30 opções de marketplaces, como Shopee, Mercado Livre e Amazon. O modelo, que reúne um grande número de vendedores com diversos produtos e preços em um único site ou aplicativo, tem atraído cada vez mais brasileiros. Um dos casos foi a fabricante de calçados infantis Club Happy, que aumentou as vendas em 275% depois que entrou na Shopee.
Somente a Shopee conta com mais de 3 milhões de lojistas no País, enquanto a Amazon tem 78 mil e o Mercado Livre tem 15,4 mil. Os dados foram divulgados pelas empresas.
O consultor de negócios do Sebrae-SP, Eder Max, aponta que um dos principais diferenciais dos marketplaces é a facilidade na geração de tráfego digital, que representa o volume de visitas e interações que um site recebe. Ele explica que uma página on-line própria obriga a empresa a investir em profissionais e estratégias que atraiam os acessos do público.
Os marketplaces cobram taxas, mas disponibilizam todas as ferramentas necessárias para impulsionar o fluxo de usuários, o que garante um trabalho mais simples para o empreendedor.
O gerente de desenvolvimento de novos negócios da Shopee, Felipe Lima, destaca que a plataforma oferece uma central de marketing para os vendedores. “Eles têm acesso a ferramentas para melhorar o tráfego de sua loja, a performance de vendas e a taxa de conversão visualização-pedido”, afirma.
Além disso, os marketplaces também contam com milhões de visitantes garantidos por mês. Os site de varejo mais acessado no Brasil em junho foi o Mercado Livre, com 237,2 milhões de visitantes, seguido pela Amazon, com 199,12 milhões, e pela Shopee, com 102,24 milhões. Os dados são da Semrush, empresa norte-americana especializada em visibilidade on-line.
O empresário Alex Gonçalves, de 35 anos, enxergou na Shoppe uma solução para a queda nas vendas durante a pandemia. Com o pai, Oscar Gonçalves, de 63, e o irmão, Rafael Gonçalves, de 34, ele transformou a fabricante de calçados para crianças Club Happy, de Birigui-SP, em uma loja on-line.
Até 2020, eles vendiam apenas para lojistas, mas usaram a internet para chegar até o consumidor final. Como não tinham experiência no comércio digital, optaram por um marketplace.
Na época, a empresa produzia 800 sapatos por dia. Depois de quatro anos nas plataformas, a fabricação diária subiu para 3 mil pares, uma alta de 275%. Com um imóvel de 4 mil metros quadrados, o número de funcionários diretos e indiretos também subiu de 30 em 2020 para 250 em 2024.
O empresário conta que, apesar de também investirem em um site exclusivo, a maior parte das vendas ainda está concentrada nos marketplaces, especialmente na Shopee. Ele acredita que ter fabricação própria ajuda a se diferenciar da concorrência.
“O segredo do online é vender mais para ter um engajamento melhor e ficar mais visível nas plataformas‘, diz Gonçalves. (Estadão Conteúdo)