Pix passa cartão de crédito como pagamento on-line
Pesquisa do Cetic.br indicou a preferência nas compras do comércio eletrônico
O Pix superou o cartão de crédito e se tornou a forma de pagamento mais empregada no comércio on-line, segundo pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
O dado é um recorte de uma pesquisa maior, denominada TIC Domicílios, que traça um retrato da conectividade entre os brasileiros. Feita há 20 anos pelo Cetic.br, a TIC Domicílios constatou nesta edição que 85% das residências em áreas urbanas do País têm acesso à rede de internet, uma grande evolução ante os 13% de 2005. O estudo traz detalhes sobre o perfil de uso da internet no País, as habilidades digitais dos brasileiros para usar esses recursos e os serviços públicos on-line, além do comércio eletrônico.
Em relação especificamente ao Pix, dado que integra o capítulo sobre comércio on-line, 84% daqueles ouvidos pela pesquisa disseram usar esse meio de pagamento no ambiente digital. Enquanto isso, 67% dos entrevistados disseram usar o cartão de crédito — uma mesma pessoa pode usar mais de uma forma de pagamento para fazer as suas compras on-line.
Embora a pesquisa do TIC Domicílios seja anual, a sondagem sobre o comportamento dos brasileiros em relação ao comércio eletrônico é feita de dois em dois anos. Em relação a 2022, última vez que a pesquisa abordou o e-commerce, houve uma evolução de 18 pontos percentuais entre aqueles que usam o Pix.
“Neste ano, a pesquisa destaca o crescimento do Pix como forma de pagamento das compras realizadas pela internet, puxado pelas classes sociais D e E, com menor acesso ao cartão de crédito”, enfatiza o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.
Os maiores aumentos no pagamento por Pix ocorreram entre as classes B (de 63% para 82%), C (de 68% para 86%) e D/E (de 60% para 78%). Os pagamentos feitos por boletos bancários caíram quase pela metade, de 43% em 2022 para 24% em 2024, diferença de 19 pontos percentuais, segundo o Cetic.br.
Novas regras
Desde sexta-feira (1º), o Pix está com regras mais rígidas para garantir a segurança das transações e impedir fraudes. Transferências de mais de R$ 200 só poderão ser feitas de um telefone ou de um computador previamente cadastrados pelo cliente da instituição financeira, com limite diário de R$ 1 mil para dispositivos não cadastrados.
O Banco Central (BC) esclarece que a exigência de cadastro valerá apenas para os celulares e computadores que nunca tenham sido usados para fazer Pix. Para os dispositivos atuais, nada mudará.
Além dessa mudança, as instituições financeiras terão de melhorar as tecnologias de segurança. Elas deverão adotar soluções de gerenciamento de fraude capazes de identificar transações Pix atípicas ou incompatíveis com o perfil do cliente, com base nas informações de segurança armazenadas no Banco Central. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)