Itens da ceia de Natal variam até 248% em supermercados

Pesquisa da Uniso indicou diferenças significativas na uva passa, nozes e tender

Por Beatriz Falcão

Rubens Macedo nota oscilações entre os estabelecimentos

Os itens da ceia de Natal apresentaram diferenças significativas de preços entre supermercados da cidade, aponta pesquisa do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso). De acordo com o Comparativo de Preços Natal 2024, os valores de alguns itens da ceia natalina podem variar até 248%.

Um exemplo é a uva passa. A fruta desidratada é um ingrediente que divide opiniões e nos supermercados não é diferente. Entre os dias 9 e 10 de dezembro, considerando seis estabelecimentos da cidade, o preço do quilo variou R$ 61,70, ou 248%. Enquanto em alguns lugares o produto foi encontrado por R$ 24,90, em outros o valor alcançou R$ 86,60.

O pacote de 200 gramas de nozes e o quilo do tender também sofreram oscilações de, respectivamente, 100% e 68%. Muitos consumidores se protegem de prejuízos verificando os preços ou fazendo escolhas mais conscientes. O casal Rubens Macedo, de 61 anos, e Jaqueline Lilian de Camargo Macedo, de 56 anos, dá preferência a frutas e legumes da estação, pois as ofertas são maiores.

“No entanto, no que tange a preço, notamos que não está muito diferente do Natal passado. É mais essa variação de um supermercado para o outro. Então, precisamos ficar atentos”, aponta Jaqueline.

A oscilação também acontece de uma cidade para a outra. O casal mora em Piedade e aproveitou a passagem por Sorocaba para fazer as compras de Natal.

Enquanto de um lado os consumidores entram no espírito natalino e planejam pratos diversos para a ceia, do outro alguns permanecem no cardápio do dia a dia. Nestes casos, o preço também é uma barreira para diversificar o jantar. Porém, até mesmo os itens básicos sofrem variações.

Segundo o comparativo semanal de preço do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas, os produtos que mais sofrem alterações são a batata, farinha de mandioca e a cebola. O quilo do tubérculo oscilou 251%, uma diferença de R$ 7,14. Já no pacote de 500 gramas de farinha, a variação foi de 191%, e a hortaliça apresentou diferença de 180%.

“É muito complicado para nós, consumidores, essa mudança de preço. Por exemplo, comprar laticínios em um mercado, verdura e carne em outros lugares”, aponta o barbeiro Vítor Ortiz, de 59 anos. “Às vezes, na intenção de economizar, acabamos gastando mais com combustível”, observa.

Neste sentido, a possibilidade de comprar por aplicativos é uma estratégia para muitos, porém, não conseguir escolher os produtos a dedo é uma desvantagem para o barbeiro. “Eu prefiro olhar o que estou comprando, até porque não está barato. Essas são escolhas que precisamos fazer. Por exemplo, eu não faço questão de uma ceia de Natal, então prefiro comprar produtos do dia a dia.”