Produção de veículos sobe 14,6% em fevereiro
Presidente da Anfavea falou que há preocupação com medidas tarifárias dos EUA
As montadoras produziram 217,4 mil veículos no mês passado, um crescimento de 14,6% na comparação com fevereiro de 2024. Frente a janeiro, a alta foi de 23,8%, conforme balanço divulgado ontem (14) pela Anfavea, a entidade que representa as fábricas de automóveis.
O levantamento, que engloba carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, mostra o maior volume para o mês desde 2019, ou seja, antes da pandemia, quando as montadoras fabricaram 257,9 mil veículos em fevereiro.
O forte crescimento no comparativo com 2024 tem, em parte, explicação no calendário, já que o Carnaval, quando as fábricas param a produção, aconteceu em fevereiro no ano passado.
A expectativa da Anfavea é de crescimento de 7,8% no total de veículos produzidos em 2025, o que, se confirmado, significará 2,75 milhões de unidades montadas no País.
As vendas, de 185 mil veículos no mês passado, subiram 11,9% na comparação com fevereiro de 2024 e 8% frente a janeiro. O volume vendido nos dois primeiros meses do ano foi de 356,2 mil veículos, 9% acima do total licenciado no primeiro bimestre de 2024.
Já as exportações tiveram crescimento de 56,4% no comparativo interanual de fevereiro. Na margem — ou seja, de janeiro para fevereiro -, os embarques das montadoras mostraram aumento de 67,4%. Os 48 mil veículos do mês passado levaram para 76,7 mil unidades o total exportado no primeiro bimestre, alta de 54,9%.
A direção da Anfavea manifestou preocupação com as repercussões das medidas tarifárias anunciadas pelo governo americano na indústria automobilística. Na apresentação dos resultados do mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, reconheceu que errou na leitura de que as políticas do presidente Donald Trump eram previsíveis, dado que o republicano já governou o país.
“Sobre as tarifas, elas dizem a respeito do Brasil, e muito. Em algum momento, logo que Trump foi eleito, eu falei ‘o presidente Trump, a gente conhece’. Mas a minha informação estava completamente equivocada”, declarou Leite, acrescentando que o setor tem passado por desafios diários.
Conforme o executivo, as tarifas em mercados da América do Norte podem trazer prejuízos ao desenvolvimento de carros, que é feito de forma conjunta entre os países. (Estadão Conteúdo)