Vladimir Putin crítica expansão da Otan
Presidente da Rússia fez críticas nesta segunda-feira (7) em coletiva de imprensa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez críticas nesta segunda-feira, 7, à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em sequência à sua reunião com o homólogo francês, Emmanuel Macron, e alertou sobre os riscos de um conflito militar no caso da Ucrânia ingressar no grupo. Em coletiva de imprensa, Putin lembrou o Artigo 5 da Otan, que trata sobre a defesa comum de integrantes do tratado, e sugeriu que uma entrada de Kiev no organismo poderia levar a um confronto com os países da organização.
"Somos categoricamente contra a expansão da Otan com novos membros no leste, porque isso representa uma ameaça comum para nós de espalharmos ainda mais a Otan para nossas fronteiras. Não estamos nos aproximando da Otan, mas a Otan está se aproximando de nós", afirmou o russo. "Dizer que a Rússia está se comportando de forma agressiva, pelo menos, não corresponde à lógica. Nós, talvez, chegamos à fronteira em algum lugar lá? A infraestrutura da Otan se aproximou de nós", disse Putin. Segundo ele, na estratégia militar da Otan de 2019, a Rússia é apontada diretamente como a principal ameaça e adversário à segurança".
Macron teve um enfoque maior em pedir uma desescalada de tensões."Tivemos uma conversa que nos permitiu desenvolver uma série de propostas. Quero dizer que existem pontos de contato entre as posições da França e da Rússia, da Otan, dos Estados Unidos - continuaremos negociações específicas com todos os parceiros para construir essas novas garantias de paz e segurança", disse o francês.
Segundo Putin, nas conversas, o russo expressou três pontos de suas propostas: impedir uma maior expansão da Otan, recusar a implantação de sistemas de armas de ataque pela aliança nas fronteiras russas e devolver o potencial militar e a infraestrutura do bloco na Europa ao estado de 1997, quando a Rússia assinou o Ato Fundador da Otan. Os líderes destacaram ainda a sequência de conversas de Macron, que irá amanhã a Kiev se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Segundo Putin, depois do encontro ambos os presidentes voltarão a se falar por telefone para tratar a recente crise.
O acordo nuclear com o Irã, que terá as tratativas retomadas em Viena amanhã também foi abordado. De acordo com Putin, os líderes concordaram que é "necessário continuar os esforços diplomáticos e promover o acordo sobre soluções de compromisso no interesse de preservar este documento tão importante. Concordamos que nossas posições aqui são muito próximas ou, como dizem os diplomatas, coincidem". (Estadão Conteúdo)