Opas admite incertezas sobre futuras variantes

Entidade diz que não dá para saber quão graves serão novas cepas

Por Cruzeiro do Sul

Sylvain Aldighieri: "Incerteza com a qual temos que lidar".

 

O gerente de incidentes para Covid-19 da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Sylvain Aldighieri, reforçou ontem (9) que não é possível antecipar quão graves serão eventuais novas cepas do coronavírus. “O surgimento de novas variantes de preocupação tem sido a razão de novas pandemias”, disse, em coletiva à imprensa. “É uma incerteza com a qual temos que lidar.”

Aldighieri também pontuou que a cepa Delta do vírus foi predominante até o último dezembro. Agora, porém, a Ômicron está se tornando predominante em todas as sub-regiões da América, com casos relatados oficialmente em 48 países da região.

Na mesma entrevista, o diretor-assistente Jarbas Barbosa afirmou que a taxa de letalidade não serve para apontar se a Covid-19 passou de epidêmica para endêmica.

Barbosa explicou que a taxa de letalidade é um indicador que mede a gravidade de doença e retrata a relação entre o número de casos e o número de mortes. Doutor em saúde pública, ele disse que este é interessante para doenças nas quais há contagem rigorosa de infecções e mortes decorrentes.

“Na Covid-19, a taxa de letalidade não é um bom indicador, porque o denominador, que é o número de casos, não é bem conhecido. Grande parte dos casos são assintomáticos e não testados”, disse. “Além disso, pode variar muito de um país para outro: onde se testa mais, o número de casos relatados será maior.”

Mais casos, menos mortes

Os casos de Covid-19 na semana passada caíram 31% em relação à anterior, enquanto as mortes aumentaram 12%, informou ontem a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne. Foram mais de 4,8 milhões de casos e de 33 mil mortes pela doença na região durante o período.

Etienne destacou que países com maior cobertura vacinal estão vendo menos internações e mortes em UTIs. “Isso enfatiza a importância de expandir o acesso a vacinas, incluindo reforços, quando disponíveis, para salvar vidas”, afirmou.

A diretora focou o discurso em defender o cuidado com os trabalhadores da área da saúde em meio à atual crise global. “Mesmo antes da pandemia, trabalhadores de saúde lidavam com questões que foram apenas exacerbadas pela pandemia”, disse. Segundo Etienne, no Brasil, Guatemala e Colômbia mais de um a cada 10 trabalhadores da saúde vivenciaram algum episódio de extrema depressão. (Da Redação, com agências internacionais)