Ucrânia e Rússia trocam acusações
Rússia e Ucrânia trocaram acusações no sábado (5) por não haver passagem segura para civis que fogem de duas cidades sitiadas e bombardeadas por forças russas, no décimo dia de uma guerra que está criando o maior desastre humanitário na Europa em décadas.
A guerra, que começou em 24 de fevereiro, fez com que quase 1,5 milhão de refugiados fugissem para o oeste da União Europeia e desencadeou sanções internacionais sem precedentes contra Moscou e alertas de recessão.
O Ministério da Defesa russo disse que suas unidades abriram corredores humanitários perto das cidades de Mariupol e Volnovakha, cercadas por suas tropas.
Em Mariupol, no entanto, o conselho da cidade disse que a Rússia não está respeitando o cessar-fogo e pediu aos moradores que retornem aos abrigos e aguardem informações sobre evacuação.
Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete do presidente Zelensky, afirmou que o esforço para a evacuação foi interrompido pois Mariupol teria permanecido sob ataque.
“O lado russo não está mantendo o cessar-fogo e continuou atirando contra a própria Mariupol e seus arredores”, disse Tymoshenko. “As conversas com a Federação Russa estão em andamento para estabelecer um cessar-fogo e garantir um corredor humanitário seguro.”
Inicialmente, o ministério da Defesa da Rússia afirmou, em comunicado, que concordou com as rotas de evacuação em Mariupol, um porto estratégico no sudeste, e para a cidade de Volnovakha, no leste. Depois, a Rússia acusou os “nacionalistas” ucranianos de impedirem a saída dos civis, disseram agências de notícias.
O porto localizado no sudeste sofreu fortes bombardeios, um sinal de seu valor estratégico para Moscou devido à sua posição entre o leste da Ucrânia -- controlado por separatistas russos -- e a península da Crimeia, no Mar Negro, que Moscou tomou da Ucrânia em 2014.
“Esta noite o bombardeio foi mais forte e mais próximo”, disse um membro do grupo Médicos Sem Fronteiras. Ainda não havia eletricidade, água, aquecimento ou sinal de telefonia móvel e a comida era escassa.
O governo ucraniano disse que o plano é evacuar cerca de 200 mil pessoas de Mariupol e 15 mil de Volnovakha. (Da Redação, com agências)