Comboio russo se divide e assume posições ao redor de cidades ucranianas
Comboio se dividiu e se espalhou em cidades e florestas perto de Kiev, com peças de artilharia movidas para posições de tiro
Enquanto forças russas continuavam a bombardear a cidade portuária de Mariupol nesta quinta-feira, 10, fotos de satélite mostraram que um enorme comboio que estava nos arredores da capital ucraniana se dividiu e se espalhou em cidades e florestas perto de Kiev, com peças de artilharia movidas para posições de tiro.
Imagens de satélite da Maxar Technologies mostraram que um comboio de 64 km de veículos blindados, tanques e artilharia se desfez e foi redistribuído, disse a empresa. Unidades blindadas foram vistas em cidades próximas ao Aeroporto Antonov ao norte da cidade. Alguns dos veículos foram deslocados para áreas de floresta, informou a empresa, com obuses rebocados nas proximidades em posição de abrir fogo.
O comboio havia se aglomerado fora da capital no início da semana passada, mas seu avanço parecia ter parado em meio a relatos de escassez de alimentos e combustível. Autoridades disseram que as tropas ucranianas também atacaram o comboio com mísseis antitanque.
Um oficial de defesa falando sob condição de anonimato disse que alguns veículos foram vistos saindo da estrada para a linha de árvores nos últimos dias, mas o oficial não pôde confirmar se o comboio se dispersou.
Enquanto isso, em Mariupol, a situação é cada vez mais delicada à medida que os civis cercados procuram comida e combustível na cidade. Mais de 1.300 pessoas morreram no cerco de 10 dias à cidade gelada, disse a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk. Os moradores não têm serviço de aquecimento ou telefone - e muitos não têm eletricidade.
As temperaturas noturnas estão regularmente abaixo de zero, e as diurnas normalmente pairam logo acima dela. Os corpos estão sendo enterrados em valas comuns. As ruas estão repletas de carros queimados, vidros quebrados e árvores lascadas.
A condenação internacional aos bombardeios em Mariupol aumentou devido a um ataque aéreo no dia anterior que matou três pessoas em uma maternidade. Autoridades ocidentais e ucranianas classificaram o ataque como um crime de guerra. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a recusa russa em permitir a retirada da população civil da cidade portuária equivale a "terror total".
Enquanto isso, as negociações de mais alto nível realizadas desde o início da invasão, há duas semanas, não produziram nenhum progresso. O número de refugiados que fugiram do país ultrapassou 2,3 milhões e Kiev se preparou para um ataque violento, o que tornou a capital praticamente uma fortaleza protegida, também, por civis armados.
Ao todo, cerca de 100.000 pessoas foram retiradas de sete cidades sob bloqueio russo no norte e centro do país durante os últimos dois dias. (Estadão Conteúdo com agências internacionais)