UE finaliza legislação para combater abusos da internet

Por Cruzeiro do Sul

Os países membros da União Europeia e seus órgãos executivo e legislativo terminaram, ontem (23), uma nova legislação que vai permitir combater os discursos de ódio e as campanhas de desinformação.
Depois de longos meses de negociação, um ‘acordo‘ foi alcançado entre as instituições europeias a respeito da Lei de Serviços Digitais (DSA), indicou, no Twitter, o comissário europeu de Mercado Interno, Thierry Breton.

Esta nova lei atualiza a diretriz de comércio digital aprovada há 20 anos e vai impor às grandes plataformas como Facebook e Amazon normativas para erradicar os conteúdos ilícitos e perigosos da rede.

‘Este acordo é histórico‘, felicitou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

‘A DSA é uma novidade mundial em matéria de regulação digital‘, apontou em um comunicado o Conselho Europeu, que representa os 27 Estados membros do bloco.

O texto ‘consagra o princípio do que é ilegal fora da rede deve ser igualmente ilegal na rede. Busca proteger o espaço digital da difusão de conteúdos ilícitos e garantir a proteção dos direitos fundamentais dos usuários‘, indicou.

Junto à Lei de Mercados Digitais (DMA), concluída no final de março para acabar com as práticas contrárias à concorrência, a DSA faz parte de um ambicioso plano apresentado em dezembro de 2020 pela Comissão Europeia, o órgão executivo da UE.

Seu objetivo é pôr fim aos abusos nas redes sociais que acabam virando manchetes nos jornais como aconteceu com o assassinato de um professor de história na França após uma campanha de ódio em outubro de 2020 ou a invasão de manifestantes ao Capitólio dos Estados Unidos em janeiro de 2021, em parte planejado por meio do Facebook e do Twitter.

Também atuará nas plataformas de venda frequentemente cheias de produtos falsificados ou defeituosos que podem se tornar perigosos, como brinquedos infantis que não respeitam as normas de segurança.

O novo regramento estipula a obrigação de retirar ‘rapidamente‘ todo conteúdo ilícito quando a plataforma tiver consciência dele e obriga as redes sociais a suspender os usuários que violem a lei ‘frequentemente‘.

Também força os sites de comércio eletrônico a controlar a identidade de seus fornecedores antes de ofertar os produtos. (Da Redação com informações da AFP)