Ataque russo deixa 16 mortos em shopping
Pelo menos 16 pessoas morreram e 59 ficaram feridas ontem (27) em um ataque russo com mísseis que incendiou um shopping em Kremenchuck, no centro da Ucrânia. “É muito cedo para falar o número final de mortos”, disse Dmytro Lunin, governador da região de Poltava, quando o número ainda estava em 13 óbitos.
“Os ocupantes dispararam um míssil contra um shopping onde havia mais de mil civis. O shopping está em chamas e as equipes de resgate combatem o fogo. O número de vítimas é impossível de imaginar”, escreveu, no Facebook, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Ele acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostrava o centro comercial pegando fogo, com grandes colunas de fumaça e caminhões dos bombeiros.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o shopping foi atacado com mísseis Kh-22 disparados a partir de bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk.
“O tiro de míssil em Kremenchuk atingiu um local muito movimentado sem qualquer relação com as hostilidades”, denunciou no Facebook Vitali Maletsky, prefeito desta cidade que tinha 220 mil habitantes antes da guerra.
Crime de guerra
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá com urgência hoje, a pedido de Kiev, para avaliar os últimos bombardeios russos contra objetivos civis na Ucrânia, informaram fontes diplomáticas.
Além do ataque ao centro comercial de Kremenchuk, ontem, outro bombardeio matou ao menos oito civis ucranianos, deixando outros 21 feridos, quando iam buscar água em Lysychansk, cidade junto a Severodonetsk, recentemente conquistada pelas forças de Moscou.
Outros disparos de mísseis foram feitos contra Kiev no domingo, atingindo um complexo residencial da capital ucraniana. Estes ataques deixaram um morto e 14 feridos.
A Cúpula do G7, na Alemanha, onde são debatidos assuntos relacionados à invasão russa da Ucrânia, classificou o disparo de ontem como “crime de guerra” e ataque “abominável”.
Inverno
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos líderes do G7, em videoconferência, mais apoio de seus aliados para conseguir expulsar a Rússia dos territórios recém-conquistados no país antes que o clima frio do inverno permita que os invasores consolidem seus ganhos.
Para acabar com a guerra antes do final do ano, a Ucrânia precisará de mais apoio militar, político e financeiro dos países do G-7, explicou Zelensky. (AFP e Estadão Conteúdo)