Cerca de 150 mortos em dois dias de confrontos tribais no Sudão

A maioria dos feridos sofre de queimaduras. Incêndios em residências e empresas são frequentes em incidentes entre tribos da região

Por Cruzeiro do Sul

Pelo menos 150 pessoas, incluindo mulheres e crianças, morreram nos últimos dois dias como resultado de confrontos entre tribos no sul do Sudão, disse um diretor de hospital à AFP nesta quinta-feira (20).

"No total, 150 pessoas - incluindo mulheres, crianças e idosos - morreram e 86 ficaram feridas na quarta e quinta-feira", disse o funcionário Abbas Musa, do hospital da cidade Wad al Mahi, no estado do Nilo Azul, onde ocorreram os incidentes.

A maioria dos feridos sofre de queimaduras. Incêndios em residências e empresas são frequentes em incidentes entre tribos da região.

As autoridades impuseram um toque de recolher noturno na área, que faz fronteira com a Etiópia, na segunda-feira, após a morte de 13 pessoas nos dias anteriores entre membros da tribo hausa e clãs rivais.

Entre julho e início de outubro, pelo menos 149 pessoas morreram, centenas ficaram feridas e cerca de 65.000 foram deslocadas no Estado do Nilo Azul, segundo a ONU.

Este surto de violência teve origem numa mobilização nacional dos hausa, com ataques a edifícios administrativos, para denunciar a discriminação que lhes foi imposta pela aplicação de leis tribais ancestrais.

Esse direito consuetudinário proíbe os hausas, os últimos a chegar ao Estado do Nilo Azul, de possuir terras. (AFP)