Rússia cerca Bakhmut; defesa explode ponte
Em uma etapa da guerra marcada por poucos avanços territoriais, tropas russas fecharam o cerco sobre a cidade de Bakhmut, considerado um ponto estratégico de apoio às ações militares na província de Donetsk, no leste da Ucrânia. O movimento, que pode representar a conquista mais significativa para a Rússia nos últimos meses de guerra, pressiona as forças ucranianas que reforçaram a retirada de civis e explodiram uma ponte de acesso à cidade na segunda-feira (13), enquanto esperam pela chegada da prometida ajuda bélica da Otan -- embora os sinais de um retirada total sejam cada vez mais intensos.
Oficialmente, Kiev nega que esteja organizando uma retirada total de tropas de Bakhmut. Autoridades russas também afirmam que os combates segue ativos e intensos na cidade, embora as forças russas tenham obtido ganhos nas últimas semanas, cortando algumas das linhas de abastecimento da Ucrânia.
O chefe do grupo mercenário Wagner, Ievgeny Prigozhin, que no domingo (12) comemorou a tomada da comuna de Krasna Hora, alguns quilômetros ao norte de Bakhmut, afirmou que as forças ucranianas estão “intensificando” e enviando reservas especialmente no norte da cidade, onde os combates mais intensos estão ocorrendo.
“Bakhmut não será tomada amanhã, porque há muita resistência”, disse Prigozhin em um comunicado compartilhado por um canal ligado ao grupo Wagner no Telegram. “O moedor de carne está funcionando”, completou, referindo-se aos combates.
Alvo americano
Uma gravação feita no dia 2 de fevereiro em Bakhmut filmou o momento exato em que uma equipe de socorristas voluntários foi atingida por um míssil. O ataque ocorreu logo depois de o grupo chegar ao local para atender civis feridos durante o combate entre tropas russas e ucranianas.
O vídeo, filmado em um smartphone por Erko Laidinen, um voluntário estoniano de uma organização chamada Frontline Medics, foi compartilhado com o The New York Times e mostra o paramédico Peter Reed, ex-fuzileiro naval dos EUA voluntário na Ucrânia, e um grupo de trabalhadores humanitários em pé ao lado de uma van branca, que eles estavam usando para transportar suprimentos humanitários. Um míssil voando paralelo ao solo atinge diretamente a van, destruindo-a e matando Reed.
Inicialmente, organizações e autoridades presentes na Ucrânia acreditavam que o paramédico americano havia sido morto em um bombardeio indiscriminado russo no território em disputa. (Estadão Conteúdo)