Risco global de espalhamento do vírus de Marburg é baixo, diz OMS

A informação foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de um informo publicado no sábado (25)

Por Cruzeiro do Sul

Autoridades sanitárias da Tanzânia confirmaram um surto do vírus de Marburg no país

O risco global de espalhamento do vírus de Marburg, da mesma família do Ebola, que causa surto na Guiné Equatorial, é baixo, informou em comunicado publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no sábado (25). Em nível nacional, porém, ele é alto. Já se considerar a abrangência regional (África), o risco é moderado.

"Os movimentos populacionais transfronteiriços são frequentes e as fronteiras são muito porosas, entre os distritos de Ebebiyin e Nsock Nsomo (Guiné Equatorial), Camarões e Gabão. Isso constitui um risco de propagação transfronteiriça", explicou a OMS, em comunicado.

Especialistas ouvidos quando o vírus foi identificado já haviam destacado que, com o conhecimento que se tem por sobre o Marburg, a "exportação" de casos para outros países até pode ocorrer, mas uma disseminação que resulte em outra pandemia é pouco provável. Entre os motivos para isso, estão a elevada letalidade do vírus, o pequeno número de assintomáticos e o rápido avanço do quadro clínico.

A doença de Marburg causa febre hemorrágica, com taxa de letalidade de até 88%, de acordo com a OMS, o que faz dele um dos vírus mais mortais do mundo. O quadro começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos.

O período de incubação do vírus varia de dois a 21 dias. Sintomas como diarreia, dor abdominal, cólicas, náuseas e vômitos podem começar no terceiro dia. Manifestações hemorrágicas graves aparecem entre cinco e sete dias após o início dos sintomas. Em casos fatais, a morte ocorre mais frequentemente entre oito e nove dias após o início das manifestações clínicas.

O vírus é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros e se espalha entre os humanos por meio do contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados. Por ora, não há vacinas ou tratamentos antivirais. Contudo, segundo a OMS, cuidados de suporte (reidratação com fluidos orais ou intravenosos) e tratamento de sintomas específicos melhoram a sobrevida do paciente.

No dia 13 de fevereiro, a regional da OMS na África informou que a Guiné Equatorial havia confirmado seu primeiro surto do vírus de Marburg. No comunicado do último sábado (25), a agência internacional afirmou que, até o dia 21, o número cumulativo de casos da doença no país é de nove e todos morreram. Trinta e quatro contatos estão atualmente em acompanhamento, embora "a maioria dos contatos dos nove casos falecidos não foram identificados", informou.

Segundo a OMS, todos as nove vítimas estiveram em contato com um parente com os mesmos sintomas ou participaram do enterro de uma pessoa com sintomas compatíveis com o da enfermidade. A agência destaca que, neste momento, "pode haver cadeias de transmissão que não foram rastreadas" (subnotificação de casos). (Estadão Conteúdo)