Israelenses se manifestam contra reforma judicial do governo

A reforma busca aumentar o poder dos parlamentares sobre os magistrados

Por Cruzeiro do Sul

Israeli police confront protesters during ongoing demonstrations in Tel Aviv on March 23, 2023, against controversial legal reforms being touted by the country's hard-right government. (Photo by JACK GUEZ / AFP)

Dezenas de milhares de israelenses se manifestaram nesta quinta-feira (23) contra a reforma judicial do governo, em um novo dia de mobilização caracterizado por confrontos entre manifestantes e policiais. A reforma busca aumentar o poder dos parlamentares sobre os magistrados. Segundo seus críticos, põe em risco o caráter democrático do Estado de Israel.

O parlamento israelense adotou nesta quinta-feira uma lei que limita a possibilidade de declarar um primeiro-ministro inapto para o cargo. A oposição denunciou que se trata de um texto feito sob medida para o atual chefe de governo Benjamin Netanyahu.

Os deputados aprovaram, por 61 votos contra 47, a alteração que especifica as condições em que um primeiro-ministro pode ser declarado temporariamente inapto para o exercício das suas funções. Após a reforma, o chefe do Executivo só pode ser declarado inapto em caso de incapacidade física ou mental, e apenas a pedido ou após votação do Governo por maioria de três quartos dos ministros.

Durante as manifestações contra a reforma, cerca de dez manifestantes foram detidos por perturbar a ordem pública em Tel Aviv, segundo a polícia. As forças de segurança usaram canhões de água para dispersar a multidão que bloqueava a circulação, disse um jornalista da AFP no local.

Milhares de pessoas se reuniram em Jerusalém do lado de fora da residência do primeiro-ministro israelense Netanyahu, segundo dados da mídia israelense. A polícia não forneceu dados sobre o número de manifestantes. Outros protestos menores foram registrados em Haifa (norte) e em Beer Sheva (sul). (AFP)