Papa expressa profunda preocupação com a violência no Oriente Médio
Diante de 100.000 fiéis reunidos na Praça de São Pedro do Vaticano, o pontífice expressou sua "profunda preocupação" com a nova onda de tensão no Oriente Médio
O papa Francisco condenou neste domingo (9) os muitos "obstáculos" que impedem a paz no mundo, incluindo a nova espiral de violência no Oriente Médio, em sua tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo) após a missa de Páscoa.
Diante de 100.000 fiéis reunidos na Praça de São Pedro do Vaticano, o pontífice expressou sua "profunda preocupação" com a nova onda de tensão no Oriente Médio, que ameaça o "diálogo" entre israelenses e palestinos.
As violências em Jerusalém e na região esta semana "ameaçam o desejado clima de confiança e respeito recíproco, necessário para retomar o diálogo entre israelenses e palestinos", declarou o papa de 86 anos.
As declarações de Francisco foram pronunciadas após a violenta intervenção da polícia israelense na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, na quarta-feira.
Violência na região
A retirada dos fiéis palestinos em pleno período de festas religiosas (Ramadã muçulmano, Páscoa judaica) provocou muitas críticas e uma nova espiral de violência na região.
O episódio mais recente da escalada de violência aconteceu neste domingo. O exército israelense anunciou que atacou a Síria em resposta ao lançamento de foguetes contra as Colinas Golã (território anexado), após vários dias de ataques similares a partir do Líbano e da Faixa de Gaza.
Durante a bênção, Francisco também mencionou a invasão da Ucrânia por tropas da Rússia e fez um apelo a confortar "os feridos" e os que perderam "entes queridos por causa da guerra".
O pontífice pediu à comunidade internacional para "acabar com esta guerra e todos os conflitos que ensanguentam o mundo".
Francisco citou quase 20 países, incluindo Síria e Turquia, que em fevereiro sofreram terremotos devastadores que mataram mais de 56.000 pessoas.
O papa também mencionou o Haiti, que "está sofrendo há vários anos uma grave crise sociopolítica e humanitária" e reconheceu os esforços da comunidade internacional para buscar uma solução aos "problemas que afligem esta população".
Além disso, ele citou a Nicarágua no momento em que enviou uma mensagem às "comunidades cristãs" que celebram a Páscoa "em circunstâncias particulares" e recordou "aqueles que estão impedidos de professar livre e publicamente sua fé".
O papa, com a saúde cada vez mais frágil e que utiliza uma cadeira de rodas para seus deslocamentos devido às dores em um joelho, também presidiu a missa do Domingo de Páscoa antes de percorrer a Praça de São Pedro no papamóvel.
No sábado à noite, ele comandou a missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro de Roma, durante duas horas e meia, na presença de quase 8.000 pessoas. (AFP)