Alemanha fecha as suas três últimas usinas nucleares

Por Cruzeiro do Sul

Greenpeace comemorou o desligamento dos reatores

A Alemanha fechou ontem seus últimos três reatores nucleares, concluindo o abandono desse tipo de energia. A principal economia europeia abre um novo capítulo energético, confrontada com o desafio de não precisar dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que tenta administrar a crise do gás desencadeada pela guerra na Ucrânia.

As centrais Isar 2 (sudeste), Neckarswestheim (sudoeste) e Emsland (noroeste) foram desconectadas da rede elétrica. O governo alemão concordou em fazer um adiamento de várias semanas em relação à data originalmente prevista, 31 de dezembro. “Os riscos ligados à energia nuclear são, definitivamente, não administráveis”, disse a ministra do Meio Ambiente, Steffi Lemke.

Aos pés do Portão de Brandemburgo, em Berlim, a ONG Greenpeace organizou uma despedida do átomo, simbolizado pelos restos de um dinossauro derrotado pelo movimento antinuclear. “A energia nuclear pertence à história”, proclamou a ONG.

Em Munique, uma “festa pela saída da energia nuclear” reuniu algumas centenas de pessoas. ‘Energia nuclear, obrigado‘, publicou ontem jornal conservador FAZ, destacando os benefícios que, segundo a publicação, trouxe para a Alemanha.

A invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 poderia ter colocado tudo em suspenso, porque a Alemanha, privada do gás russo, temia os piores cenários possíveis: desde o risco de fechar suas fábricas até ficar sem aquecimento nas residências. No final, o inverno se passou sem desabastecimento, e o gás russo foi substituído por outros fornecedores. (AFP)