Erdogan toma posse, na sexta, para novo mandato
Cumprimentado no exterior e aclamado por seus apoiadores na Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan foi reeleito, no domingo (28), para um novo mandato de cinco anos. Ele governará um país abalado pela crise econômica e profundamente dividido.
O presidente de 69 anos, que está no poder há duas décadas, venceu um segundo turno inédito, apesar de a oposição ter disputado o pleito unida em torno de um candidato.
À frente do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, conservador islâmico), Erdogan teve 52,2% dos votos frente a 47,8% de seu adversário, Kemal Kiliçdaroglu, segundo números definitivos.
A participação no segundo turno beirou os 85%, três pontos a menos do que no primeiro, realizado em 14 de maio.
O resultado das eleições causou desassossego em parte da população. ‘Espero ir para o exterior o mais rápido possível‘, declarou Kerem, estudante de Engenharia de 20 anos que preferiu não revelar o sobrenome.
A cerimônia de posse do presidente será celebrada em Ancara na noite de sexta-feira, um dia depois do Parlamento eleito no primeiro turno.
Para vencer as eleições, Erdogan prometeu controlar a inflação, que está acima de 40% ao ano, dificultando a vida da população. ‘Não há nenhum problema que não possamos solucionar‘, disse Erdogan no discurso da vitória perante milhares de apoiadores.
O presidente foi cumprimentado por líderes de todo o mundo, do presidente americano, Joe Biden, ao russo, Vladimir Putin.
Com 85 milhões de habitantes e membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Turquia tem um papel geopolítico chave tanto no Oriente Médio quanto nas alianças das potências ocidentais.
Durante a campanha, o presidente defendeu aplicar uma política monetária heterodoxa apesar da crise, instando o Banco Central a reduzir as taxas de juros, o que impulsionou a escalada de preços.
A Bolsa e a moeda local, que nos últimos anos registraram desvalorização de 80%, permaneceram estáveis nesta segunda-feira, como se os investidores já tivessem antecipado a vitória de Erdogan.
Além da crise econômica, o presidente turco enfrenta a tarefa de reconstruir as cidades destruídas pelo terremoto devastador que sacudiu o país em fevereiro.
Os países da Otan esperam, ainda, que Ancara aprove a candidatura da Suécia à aliança militar liderada pelos Estados Unidos. (Da redação com informações AFP)