Recessão na UE será leve, mas longa, dizem analistas

Por Cruzeiro do Sul

Economia da Alemanha entrou em recessão técnica

Diante dos efeitos defasados do aperto monetário, da persistência da inflação, dos riscos geopolíticos e da crise energética -- que poderá ganhar força com a chegada do inverno europeu --, a Europa está vendo uma desaceleração em diversos setores econômicos. Com crescimentos modestos, analistas consultados pelo Estadão/Broadcast destacam que a zona do euro e o Reino Unido devem enfrentar uma recessão branda, mas persistente.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu 0,1% no primeiro trimestre, na comparação com o anterior, de acordo com a terceira estimativa do dado, publicada dia 8, pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Além disso, o PIB do quarto trimestre de 2022 foi revisado, de estabilidade ante o terceiro trimestre para uma queda de 0,1%. Com isso, os números mostram recessão técnica na zona do euro no período, com queda no PIB em dois trimestres consecutivos.

Após apresentar duas contrações trimestrais seguidas no PIB, a Alemanha foi o primeiro país do G7 a entrar em recessão técnica. De acordo com o Commerzbank, segundo maior banco comercial do país, a fraqueza da atividade econômica deverá continuar no segundo semestre deste ano. Apesar de, até o momento, a Alemanha ser o único país da zona do euro a registrar duas contrações trimestrais seguidas do PIB, não deve ser o último, segundo analistas.

Para o professor André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online (empresa que realiza transferências internacionais), a crise econômica que deverá ocorrer na zona do euro será branda, porém crônica, e que será difícil sair dessa posição. “Acho que todos os países da zona do euro estão expostos de modo geral.”

Fora da zona do euro, mas seguindo a situação europeia, o Reino Unido escapou do cenário de recessão após crescer 0,1% no quarto trimestre de 2022, após ter tido contração de 0,3% no terceiro trimestre. (Estadão Conteúdo)