Macron elogia Boric e cutuca Lula por posição sobre a guerra na Ucrânia
O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou nesta sexta-feira (21) a ‘inequívoca posição‘ de seu par chileno, Gabriel Boric, contra a invasão russa da Ucrânia, ao recebê-lo em Paris dias depois de uma cúpula que refletiu as divergências entre Europa e América Latina.
‘Quero agradecer sua inequívoca posição sobre a guerra lançada pela Rússia na Ucrânia‘, afirmou Macron no Palácio do Eliseu, sede da Presidência, após receber Boric para um almoço de trabalho. O elogio do francês ao seu par chileno soou como uma crítica à posição adotada pelo governo Lula sobre o mesmo assunto.
O encontro acontece após o término de uma turnê europeia do presidente chileno, que na segunda e terça-feira participou de uma cúpula em Bruxelas com seus pares da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), ofuscada pelas discordâncias sobre a Ucrânia.
Apesar dos esforços europeus, a declaração final, que não contou com o apoio da Nicarágua, se limitou a expressar ‘preocupação‘ com ‘a guerra contra a Ucrânia‘, sem mencionar a Rússia. Boric havia pedido que a América Latina denunciasse ‘claramente‘ essa ‘guerra de agressão imperial inaceitável‘.
Depois do encontro em Bruxelas, Lula criticou o discurso do presidente chileno e afirmou que Boric ‘parecia um pouco mais nervoso do que os outros‘ presidentes. ‘Provavelmente porque deve ter sido a primeira reunião que Boric participa da União Europeia com a América Latina, ele está um pouco mais ansioso do que os outros. Só isso‘, comentou Lula na ocasião. O presidente brasileiro ainda acrescentou que ‘possivelmente a falta de costume de participar dessas reuniões faça com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado‘. Boric contemporizou e preferiu não estender o debate com Lula.
Durante sua primeira visita oficial à França, o governante de esquerda, de 37 anos, promoveu o Chile perante empresários e políticos como um ‘país estratégico na transição climática‘ para ‘o mundo‘. (Da Redação com informações da AFP)