EUA incluem munição de urânio empobrecido na ajuda à Ucrânia

Por Cruzeiro do Sul

Ontem, um ataque russo matou 17 pessoas num mercado

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, liberou ontem (6) mais US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em ajuda à Ucrânia durante uma visita surpresa a Kiev. O novo pacote contém US$ 175 milhões em armas, incluindo munições de urânio empobrecido, que serão enviadas pelos americanos pela primeira vez. “Continuamos ao lado dos ucranianos”, disse Blinken.

Especialistas debatem se esse tipo de material deveria ser proibido pela lei internacional, uma vez que o urânio se pulveriza na explosão, formando nuvens radioativas que contaminam áreas extensas. A ingestão ou inalação do pó de urânio apresenta riscos graves para a saúde humana, incluindo cânceres e defeitos congênitos.

As munições que serão enviadas pelos EUA são projeteis de 120 mm para os 31 tanques M1 Abrams, de fabricação americana. Segundo o Pentágono, este tipo de armamento perfurante pode ajudar os ucranianos a destruir os blindados russos. O anúncio de ontem é o 46º pacote de ajuda americana à Ucrânia. A conta total chegou a US$ 43,2 bilhões desde que a Rússia iniciou a guerra, em fevereiro de 2022.

A autorização para o envio de munição de urânio empobrecido à Ucrânia segue a mesma lógica da decisão de liberar as bombas de fragmentação, tomada pelo presidente Joe Biden em julho. Essas munições espalham pequenos explosivos projetados para destruir blindados em campo aberto. Muitos, no entanto, falham e são detonados anos depois, matando principalmente crianças que os encontram por acaso.

Ataque a civis

A visita de Blinken ocorreu ao mesmo tempo em que um bombardeio russo causou 17 mortes em um mercado ucraniano. O ataque ocorreu em uma rua comercial de Kostantinovka, cidade de cerca de 70 mil habitantes localizada na região de Donetsk. Entre os 17 mortos está uma criança. Outras 32 pessoas ficaram feridas. (Estadão Conteúdo e AFP)