Netanyahu e oposição se unem em governo de emergência

Partidos de centro e de direita formam gabinete de guerra

Por Cruzeiro do Sul

Forças israelenses serão usadas para "esmagar" grupo terrorista

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder da oposição Benny Gantz, de centro, anunciaram ontem (11) um acordo para formar “um governo de emergência” até o fim da guerra com as milícias islâmicas em Gaza. Considerado o mandatário mais à direita da história de Israel, Netanyahu controla 64 dos 120 assentos no Parlamento. Com a incorporação do Partido da Unidade Nacional, de Gantz, chegará a 76 cadeiras.

“Depois de uma reunião (...) realizada hoje (ontem), ambos concordaram em estabelecer um governo de emergência e um gabinete de guerra”, informaram os dois líderes em um comunicado conjunto. O principal líder da oposição, Yair Lapid (do partido de centro Yesh Atid), não faz parte da coalizão, mas Netanyahu e Gantz disseram que um lugar foi reservado para ele no gabinete de guerra.

O gabinete de guerra será composto por Netanyahu, Gantz e pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, do Likud (partido de Netanyahu). Gantz é um militar reformado que foi chefe do Estado-Maior do Exército, durante a guerra de 2014 contra o Hamas (que durou 50 dias) e ministro da Defesa, entre 2020 e 2022.

Os partidos de extrema direita e as legendas ultraortodoxas que se aliaram a Netanyahu para governar permanecerão no Executivo. O ministro da Segurança Pública, Itamar Ben Gvir, do partido de extrema direita Otzma Yehudit (Poder Judeu) publicou na rede social X (antigo Twitter): “Acolho com satisfação a unidade, agora devemos ganhar‘.

O acordo prevê que cinco membros do partido de Gantz serão ministros sem pasta. “Durante a guerra, não se apresentará nenhuma lei, nem nenhuma moção promovida pelo governo que não estejam relacionadas com a guerra”, disseram os líderes no comunicado.

Mais ataques

Israel continuou bombardeando intensamente, ontem (11), uma cercada Faixa de Gaza, transformada em parte em um campo de ruínas, em resposta à ofensiva do movimento islamista palestino Hamas.

O ataque do Hamas deixou mais de 1.200 mortos em solo israelense, incluindo 169 soldados, segundo o Exército, assim como centenas de civis massacrados pelos islamitas em cooperativas agrícolas e em uma festa realizada no sábado. Dezenas de pessoas também constam como desaparecidas, ou como reféns do Hamas.

Israel respondeu já no sábado bombardeando o empobrecido e superpopuloso enclave palestino, mobilizou 300 mil reservistas e destacou dezenas de milhares de soldados ao redor de Gaza e na fronteira norte com o Líbano. Pelo menos 1.055 pessoas morreram, e 5.184 ficaram feridas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. (AFP)

Netanyahu promete matar todos os membros do Hamas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu ontem (11), “esmagar” o Hamas e afirmou que qualquer membro do movimento islamita palestino pode ser considerado um homem morto. “O Hamas é o Daesh (acrônimo em árabe para a organização jihadista Estado Islâmico) e nós vamos esmagá-los assim como o mundo destruiu o Daesh”, acrescentou Netanyahu, em seu primeiro discurso junto aos membros do gabinete de guerra, formado com membros da oposição. Netanyahu qualificou a ofensiva surpresa do Hamas, lançada no sábado (7), de “selvageria que não se via desde o Holocausto” cometido pelo nazismo, e prometeu que seu país “vencerá pela força”. (AFP)