Quase dois terços dos serviços de saúde de Gaza pararam
Quase dois terços dos serviços de saúde da Faixa de Gaza, incluindo hospitais e clínicas médicas, encerraram suas funções em meio aos ataques aéreos massivos e mortais de Israel no território, disse a Organização Mundial da Saúde ontem (24).
Um total de 46 dos 72 serviços -- incluindo 12 de 25 hospitais -- pararam de funcionar em Gaza, segundo a OMS. As autoridades de saúde palestinas disseram que a falta de eletricidade e de combustível para os geradores devido ao bloqueio israelense, bem como os danos causados pelos ataques aéreos, obrigaram muitos dos atendimentos a fecharem.
A OMS alertou que o território sofre uma enorme pressão sanitária -- mais de 5 mil pessoas morreram e outras 15 mil ficaram feridas no conflito. “Tememos um aumento nas taxas de mortalidade em pessoas com doenças crônicas”, alertou o diretor de emergências da OMS para o Oriente Médio, Rick Brennan.
“Quase ninguém em Gaza conseguiu tomar uma ducha ou um banho nas últimas semanas”, sublinhou Brennan em uma coletiva de imprensa em Cairo. O gestor regional de emergências lembrou que as infecções respiratórias em Gaza, os surtos diarreicos e até problemas dermatológicos como a sarna estão aumentando devido à falta de água e aos problemas generalizados de higiene.
A ajuda que entrou em Gaza por meio de 54 caminhões nos últimos três dias não permitiu à OMS entregar medicamentos ao Hospital Turco em Gaza, o principal para o atendimento de pacientes com câncer, por estar localizado em uma das áreas mais afetadas pelos ataques. (Estadão Conteúdo, com agências internacionais)