Israel e Hamas aprovam trégua e libertação de reféns e prisioneiros

Por Cruzeiro do Sul

Maayan Zin, mãe de Ela e Dafna, ambas sequestradas

Israel e Hamas anunciaram ontem (22) um acordo para a libertação de pelo menos 50 reféns em poder do grupo terrorista em troca de 150 presos palestinos e uma trégua de quatro dias na Faixa de Gaza, após semanas de guerra e cerco.

“O governo aprovou as linhas gerais da primeira etapa de um acordo, segundo o qual pelo menos 50 pessoas sequestradas (mulheres e crianças) serão libertadas durante quatro dias, ao longo dos quais haverá uma pausa nos combates”, informou Israel.

“Nenhum refém israelense sequestrado pelo Hamas será libertado antes de sexta-feira (amanhã, 24)”, anunciou o chefe do Conselho de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi.

O Catar, um dos mediadores do acordo, juntamente com Estados Unidos e Egito, confirmou o acordo de uma “pausa humanitária”, cujo início “será anunciado nas próximas 24 horas e vai durar quatro dias, com a possibilidade de prorrogá-la”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que aceitar o acordo foi “uma decisão complicada, mas uma decisão acertada”.

Seu gabinete estava sob pressão das famílias dos cerca de 240 reféns, sequestrados pelo grupo terrorista Hamas durante o ataque de 7 de outubro em Israel, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses.

“Estamos muito felizes”, disse em um comunicado a principal associação israelense de famílias de sequestrados do Hamas, o Fórum de Reféns e de Famílias Desaparecidas. “Por enquanto, não sabemos exatamente quem será libertado, nem quando”.

“Isto me dá esperanças de que minhas filhas voltem”, declarou Maayan Zin, mãe de duas meninas sequestradas em Gaza.

Desde o ataque de outubro, Israel lançou uma ofensiva contra Gaza que, segundo o Hamas, deixou mais de 14.000 mortos neste território palestino.
Fontes dos dois lados informaram que o acordo contempla a libertação de 50 reféns nas mãos do Hamas em troca de 150 presos palestinos em Israel.

O presidente americano, Joe Biden, disse estar “extraordinariamente satisfeito”. O acordo foi comemorado por grandes potências, como Alemanha, China, França, Reino Unido, Turquia e Rússia.

A ONU também o qualificou de “passo importante”, mas considerou que “ainda há muito a fazer”.

Um porta-voz da chancelaria do Catar explicou as modalidades do pacto. “A cada dia, um certo número de reféns será libertado (...) até chegar a 50 no quarto dia‘ de trégua, segundo Majed Al Ansari. (AFP)