Apoio militar a Venezuela ou Guiana deve ser evitado
Ministério das Relações Exteriores manifestou preocupação com movimentos militares recentes em torno de Essequibo
O Ministério das Relações Exteriores manifestou preocupação nesta sexta-feira, 29, com movimentos militares recentes em torno da região de Essequibo. Trata-se da área da Guiana reivindicada pela Venezuela. ‘O governo brasileiro acredita que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo ora em curso possa produzir resultados‘, afirma nota divulgada pelo ministério.
A manifestação do Itamaraty vem no dia seguinte de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar o envio de tropas para a fronteira com a Guiana. De acordo com o chefe da ditadura da Venezuela, o movimento é uma reposta ao anúncio do envio de um navio militar à costa guianesa pelo Reino Unido.
O Itamaraty também defendeu que as conversas sobre a disputa entre os países se concentrem em instituições regionais como a Celac e a Caricom. ‘O Brasil conclama as partes à contenção, ao retorno ao diálogo e ao respeito ao espírito e à letra da Declaração de Argyle acordo entre os dois países assinado em dezembro‘.
Reino Unido
O Reino Unido denunciou as ações ‘injustificadas‘ da Venezuela pela realização de exercícios militares próximos ao litoral da Guiana.
‘As ações da Venezuela contra a Guiana são injustificadas e deveriam parar‘, declarou um porta-voz do governo britânico nesta sexta-feira.
‘Trabalhamos com nossos parceiros na região para evitar uma escalada e monitoramos a situação de perto‘, acrescentou.
As tensões entre Caracas e Georgetown aumentaram após as licitações de petróleo abertas em setembro pela Guiana em águas em disputa e, depois, pela realização de um referendo em 3 de dezembro na Venezuela sobre a soberania de Essequibo.
Cerca de 125 mil pessoas, um quinto da população da Guiana, vivem em Essequibo, que cobre dois terços da superfície do país. O Reino Unido, em apoio à sua ex-colônia, enviou para o local o navio ‘HMS Trent‘, que já estava destacado no Caribe para uma missão.
Em ‘resposta à provocação‘ do Reino Unido, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, lançou, na quinta-feira, 28, uma série de exercícios militares, envolvendo 5.682 combatentes, em frente aos limites de água em disputa com a Guiana.
‘A fronteira entre os dois países foi estabelecida em 1899, mediante arbitragem internacional, e continuamos apoiando a integridade territorial da Guiana, um importante aliado regional e parceiro na Commonwealth‘, organização composta principalmente por ex-colônias britânicas, declarou o governo britânico. (Da Redação com informações da AFP e do Estadão Conteúdo)